O ataque levado a cabo esta sexta-feira à tarde pela aviação saudita no distrito de Mawza, na província de Ta'izz (Sudoeste do país), provocou 20 mortos, segundo refere a cadeia de TV iemenita Al-Masirah, citada pela PressTV. Outras fontes apontam para 18 vítimas mortais, sublinhando ainda a existência de vários feridos.
Como represália pela campanha militar saudita contra o Iémen, que conta com o apoio de Washington e Londres, as forças do movimento Ansarullah dispararam um míssil balístico de fabrico doméstico contra o Aeroporto Regional de Jizan, localizado no Sudoeste da Arábia Saudita, junto à fronteira com Iémen.
Fontes militares iemenitas revelaram à Al-Masirah que o míssil Badr-1, um modelo recente, estreado pelo movimento popular iemenita em Março, «atingiu o alvo com grande precisão».
O disparo do míssil foi confirmado pelas autoridades sauditas, mas garantindo que as suas defesas anti-aéreas interceptaram o projéctil lançado em direcção a Jizan, informa a HispanTV.
Situação «catastrófica»
A Arábia Saudita lidera uma campanha militar com altos custos económicos contra o seu vizinho do sul na Península Arábica há mais de três anos (desde Março de 2015), sem ter atingido as metas que declarou querer alcançar: esmagar a resistência do movimento popular Ansarullah e recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, aliado de Riade.
A campanha militar já provocou mais de 10 mil mortos no Iémen, destruiu uma parte significativa das suas infra-estruturas e está na origem de uma situação humanitária que as Nações Unidas classificam como «catastrófica».
Numa sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) que teve lugar a 27 de Fevereiro, responsáveis do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) alertaram para a situação que se vive no país árabe ao cabo de três anos de conflito, nomeadamente para «a ameaça crescente da fome e da cólera».
Os responsáveis da organização precisaram que 22,2 milhões de pessoas necessitam de ajuda alimentar e que 8,4 milhões são severamente afectadas pela fome. Desde Abril do ano passado, acrescentaram, uma epidemia de cólera infectou 1,1 milhões de pessoas e matou mais de 2200, num país também afectado por um surto de difteria.