Que um pequeno grupo de empresas de muito poucos países determinem o que se lê, vê ou escuta no planeta não é aceitável, expressou a delegada da ilha, Belkis Romeu, ao intervir em uma conversa interativa sobre o tema, realizada como parte do 32º período de sessões do Conselho de Direitos Humanos que continua suas sessões hoje.
Estamos de acordo em que há que velar pela promoção e proteção da liberdade de expressão, mas são muitos os exemplos que ilustram a extrema necessidade de regular e fazer um uso adequado da Internet, enfatizou.
Romeu afirmou que a quase total ausência de regulamentações internacionais sobre a chamada rede de redes provoca efeitos colaterais muito prejudiciais sobre o objetivo de alcançar um uso pacífico e orientado ao desenvolvimento das tecnologias da informação e das comunicações.
Podemos mencionar desde a descoberta de uma rede de análise e espionagem de quase todas as comunicações do mundo, incluindo a de chefas e chefes de Estado e de Governo, até o projeto ZunZuneo, dirigido a criar situações de instabilidade em Cuba para provocar mudanças em nosso ordenamento político.
A delegada também agradeceu o Grupo de Trabalho sobre a questão dos direitos humanos, empresas multinacionais e outras empresas pela análise exaustiva realizada sobre as empresas públicas.
Opinou que enquanto não forem as de maior impacto internacionalmente, as mesmas normas de direitos humanos devem ser aplicadas ao momento de desenvolver suas funções, que as normas aplicadas a empresas de caráter multinacional. O instrumento internacional juridicamente vinculante que começou a ser negociado intergovernamentalmente neste órgão deve considerar este tipo de empresas. Sua adoção futura permitirá estabelecer um marco normativo para o cumprimento das normas internacionais de direitos humanos que seja mais claro que os atuais Princípios Reitores, concluiu.