O Ministério de Relações Exteriores da China anunciou nessa 5ª-feira que o presidente Nicolas Maduro da Venezuela estará na China, em visita de Estado, da 5ª-feira até o domingo. A Venezuela atravessa momento de severa crise econômica. Há pouco tempo, o presidente Maduro foi alvo de uma tentativa de assassinato por um drone armado. E também se ouvem insistentes rumores de que os EUA pretendem fazer uma intervenção militar na Venezuela. Por tudo isso, a visita do presidente Maduro à China atrairá atenções em todo o mundo.
Mas não importa o que aconteça na Venezuela, quantas dificuldades o país tenha de enfrentar, a Venezuela é importante país amigo, além de um dos maiores parceiros econômicos da China na América Latina. Pequim não interferirá em assuntos internos da Venezuela. Importante é que os dois países mantenham e aprofundem a amizade que os une, que otimizem e inovem o modo que implantaram de cooperação econômica e comercial.
Há três erros de avaliação e compreensão sobre os laços que unem China e Venezuela que devem ser esclarecidos. Para alguns, ao desenvolver relações com a Venezuela, a China estaria fazendo um jogo geopolítico na América Latina – o chamado "quintal dos EUA". O relacionamento China-Venezuela é parte da cooperação da China em todo o mundo, sempre em relações de igualdade e para benefício mútuo. Pequim não manipulará nação alguma como ferramenta contra outra nação. A China não aspira a ser mais um ator geopolítico. A China aspira a tomar caminho novo e diferente nas relações internacionais.
Nas atuais relações de cooperação com a Venezuela, a China não paga unilateralmente. A colaboração entre os dois lados é baseada em princípios e igualdade e benefício mútuo. Os laços comerciais e econômicos entre os dois lados são muito diversos, incluindo acordos de empréstimos sob garantia em petróleo. Trata-se de inovação na cooperação Sul-Sul, modalidade vital para colaboração econômica e comercial que já frutificou em bons resultados. O risco da dívida entre China e Venezuela tem sido exagerado. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo no mundo, e a China é o maior importador mundial de petróleo. Essa relação permite controlar o risco da dívida no nível macro.
Outros dizem que o governo Maduro teria colapsado há muito tempo, não fosse o apoio econômico da China. Muito claramente subestimam as capacidades do governo Maduro. Deveriam considerar que o governo contra com muitos apoiadores e tem fundamentos políticos que não são vulneráveis como a mídia-empresa ocidental os apresenta.
A Venezuela enfrenta sanções severas dos EUA e outros países ocidentais. Tem sido ameaçada de intervenção militar. Interferências externas conseguiram penetrar no país, mediante o mecanismo político local. Todos esses fatores agravaram as dificuldades políticas e econômicas que o país enfrenta.
A história da Venezuela reflete o desejo de povos do mundo em desenvolvimento, por igualdade e justiça, e também exemplifica o quanto é difícil realizar essas aspirações democráticas, dentro do sistema ocidental. E sob a sombra da hegemonia geopolítica dos EUA, é ainda mais difícil.
As finanças do estado venezuelano baseiam-se em grande medida no petróleo. É razão importante que explica sua fragilidade política e econômica. Dadas as disputas políticas internas, é muito difícil alcançar transformação econômica bem-sucedida. Mas, apesar das muitas dificuldades, a comunidade internacional sabe bem que o governo da Venezuela trabalha para alcançar maior diversificação na economia.
A visita do presidente Maduro à China gerará infindáveis conjecturas na mídia-empresa ocidental. Melhor fariam os especialistas ocidentais, se tratassem de ser mais realistas.