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Diário Liberdade
Sábado, 01 Dezembro 2018 15:28 Última modificação em Sábado, 05 Janeiro 2019 12:30

De 1945 até hoje, 20 a 30 milhões de mortes consumadas pelos EUA

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País: Estados Unidos / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Il Manifesto

[Manilo Dinucci, tradução de Maria Luísa de Vasconcellos para Rede Voltaire] No resumo de seu último documento estratégico - 2018 National Defense Strategy of the United States of America (cujo texto completo é um segredo) - o Pentágono afirma que “depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e os seus aliados instauraram uma ordem internacional livre e aberta para salvaguardar a liberdade e os povos da agressão e da coerção”, mas que “agora esta ordem está a ser minada a partir do interior pela Rússia e pela China, que violam os princípios e as regras das relações internacionais”. Alteração completa da realidade histórica.

O Prof. Michel Chossudovsky, Director do Centre for Research on Globalization, recorda que estes dois países, hoje classificados como inimigos, são aqueles que, quando eram aliados dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, pagaram a vitória do Eixo nazi-fascista Berlim-Roma-Tóquio com o preço mais elevado em vidas humanas: a União Soviética, cerca de 26 milhões e a China, 20 milhões, em comparação com pouco mais de 400 mil dos Estados Unidos.

Com esta premissa, Chossudovsky, do Global Research, apresenta um estudo documentado por James A.Lucas, sobre o número de pessoas mortas pela série ininterrupta de guerras, golpes de Estado e outras operações subversivas efectuadas pelos Estados Unidos, desde o final da guerra, em 1945, até hoje: estima-se de 20 a 30 milhões [1]. Cerca do dobro do número de vítimas da Primeira Guerra Mundial, cujo centenário acaba de ser celebrado em Paris, com um “Fórum da Paz”. Além dos mortos, incluímos os feridos, que muitas vezes são deixados com deficiências: alguns especialistas estimam que, por cada pessoa que morreu na guerra, outras 10 ficam feridas. Isto significa que os feridos provocados pelas guerras USA atingem centenas de milhões. À quantidade estimada no estudo adiciona-se um número inquantificado de mortes, provavelmente centenas de milhões, provocados desde 1945 até hoje, pelos efeitos indirectos das guerras: fomes, epidemias e migração forçada, escravidão e exploração, danos ambientais, roubo de recursos às necessidades vitais a fim de cobrir as despesas militares.

O estudo documenta as guerras e golpes realizados pelos Estados Unidos em mais de 30 países asiáticos, africanos, europeus e latino-americanos. O que revela que as forças militares dos EUA são directamente responsáveis por 10 a 15 milhões de mortes, causadas por grandes guerras: as da Coreia e do Vietname e as duas contra o Iraque. Outros 10 a 14 milhões de mortes foram provocadas pelas guerras ‘por procuração’, conduzidas pelas forças armadas aliadas, treinadas e comandadas pelos USA no Afeganistão, em Angola, no Congo, no Sudão, na Guatemala e noutros países. A Guerra do Vietname estendeu-se ao Camboja e ao Laos, causou um número de mortes estimado em 7,8 milhões (além de um grande número de feridos e lesões genéticas nos orgãos reprodutores, devido à dioxina espalhada pelos aviões de guerra USA). A guerra ‘por procuração’, na década de oitenta, no Afeganistão, foi organizada pela CIA que treinou e armou, com a cola-boração de Osama bin Laden e do Paquistão, mais de 100.000 mujaidin para combater as tropas soviéticas caídas na “armadilha afegã” (como mais tarde a definiu Zbigniew Brzezinski, salientando que o treino dos mujaidin havia começado em Julho de 1979, cinco meses antes da invasão soviética do Afeganistão).

O golpe mais sangrento foi organizado na Indonésia, em 1965, pela CIA: forneceu aos esquadrões da morte indonésios, a lista dos primeiros 5.000 comunistas e outros a serem mortos. O número de abatidos é estimado entre meio milhão e 3 milhões.

Esta é “a ordem internacional livre e aberta" que os Estados Unidos, independentemente dos que presidem à Casa Branca, procuram alcançar para “salvaguardar os povos da agressão e da coerção”.

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