“A secretaria Clinton ganhou a nomeação dos democratas, e a felicito por isso”, “farei todo o possível para que ela seja a próxima presidente dos Estados Unidos”. Assim começou o discurso do senador Bernie Sanders no ato de apoio a candidatura de Clinton.
Sanders disse, ainda mais, que havia tentado construir a “plataforma mais progressiva da história do partido Democrata”. Desta forma, o senador de Vermont confirmou que votará em Clinton e fará campanha por ela. A plataforma será apresentada em convenção.
O apoio de Sanders e sua base
O ato em New Hampshire foi um dos eventos mais preparados desde o fim das primárias (mais inclusive que o encontro com Obama). A direção do partido temia o pior cenário: que Sanders chegaria as eleição gerais sem ter apoiado oficialmente Clinton, ou pior (ainda que mais improvável) que se apresentasse como candidato independente.
O medo de uma candidatura de Sanders pouco tem relação com a prometida “revolução política” do senador, que mais cedo que tarde se mostrou como um múrmuro a manobras para capitalizar um capital político dentro do partido Democrata.
O que teme o regime democrata é sua base, que identifica Hillary Clinton com a elite de Washington e Wall Street. A questão que segue (e se resolverá em novembro?) o que fará os votantes de Sanders, em sua maioria jovens e setores mais pobres que adotaram o senador como seu candidato e voz do descontentamento contra a elite política. Essa base eleitoral fez ouvir suas consignas na campanha, como a educação superior gratuita, o fim da enorme divida estudantil e o salário mínimo de 15 dólares a hora.
Até chegar novembro
Ainda que Hillary tenha se esforçado para tomar parte da agenda da base eleitoral de Sanders, como o problema da divida estudantil e a educação gratuita, ainda deverá ganhar apoio de ampla base eleitoral que vê com desconfiança sua candidatura, por seus laços com Wall Steet e sua origem das famílias que governaram o país por quase três décadas.
Dos votantes de Sanders, só a metade diz que votaria hoje como presidenta. Porem ainda é muito cedo para adiantar os impactos que terá a crescente “campanha do medo” contra o candidato republicano Donald Trump.
Por sua vez, Hillary deve combater seus próprios fantasmas. Ainda que o FBI a procuradora geral, Loretta Lynch, confirmaram que não apresentaram cargos contra a candidata pelo uso indevido de seu e-mail pessoal enquanto era secretaria de Estado durante o primeiro governo de Obama.
Superado o fantasma dos tribunais em meio a campanha, ainda deve conquista tanto os setores que a vem como alguém pouco confiável para administrar temas de segurança nacional, como aqueles que a vem como parte da elite política, que foi repudiada nas primárias e se espera que volte a receber golpes nas eleições gerais.
Nas próximas semanas realizaram as convenções partidárias onde se oficializará a candidaturas de Donald Trump e Hillary Clinton. A convenção republicana será realizada em Cleveland (Ohio) entre os dias 18 e 21 julho, enquanto os democratas farão na Filadélfia (Pensilvânia) nos dias 25 al 28.