As armas, que se puderam identificar, foram fabricadas na Bulgária, o que confirma o resultado da precedente investigação da Balkan Investigative Reporting Network (Rede de Jornalismo de Investigação dos Balcãs- ndT) [2] e a nossa [3].
O concurso foi ganho pela Transatlantic Lines, e o transporte efectuado pelo cargueiro Geysir (IMO: 7710733).
A primeira carga deixou a Roménia a 5 de Dezembro de 2015 e foi entregue, pela metade, em Taşucu (Turquia), e a outra metade em Aqaba (Jordânia). Era composta por um total de 117 contentores, de 2.007 toneladas. Além de Kalashnikovs e de metralhadoras, cerca de 50 lança-mísseis Faktoria, entre 796 e 854 mísseis, e 162 toneladas de explosivos.
A escolha dos mísseis anti-tanque Faktoria explica-se pela sua semelhança com os usados pelo Exército Árabe Sírio, os 9K111 Fagots ATGW, dos quais são uma versão melhorada, de modo a que se possa acusá-lo dos mais diversos crimes que não cometeu.
Acaba de se saber que a segunda entrega, que era mais importante que a primeira, deixou a Roménia a 28 de Março de 2016 e foi entregue a 7 de Abril, ou seja, no dia da publicação do artigo Jane’s.
Por conseguinte, os Estados Unidos, eles próprios, violaram a declaração de cessação das hostilidades, assinada a 12 de Fevereiro de 2016. Eles aproveitaram-se da ingenuidade da Rússia e da Síria para rearmar os grupos jiadistas, exactamente como haviam feito no início de 2012, durante a Missão de observação da Liga Árabe, e depois durante a das Nações Unidas.
As armas foram remetidas pelo Pentágono, quer directamente, quer através do exército turco, para grupos qualificados de «moderados», quer dizer, que participam, ao mesmo tempo, nas conversações de paz de Genebra.
De acordo com observadores no terreno, aí incluídos aqueles opostos à República Árabe Síria, estes grupos que se coordenam no campo de batalha com a Al-Qaida, remetem, sistematicamente, metade das armas que recebem à organização terrorista internacional. São, pois, principalmente os Estados Unidos quem arma a Al-Qaida, exactamente como são os EUA quem tem, acima de tudo, armado o Daesh (E.I.), nomeadamente em 2014, organizando para tal a «perda» de armas que iam entregar ao Exército iraquiano.