De facto, muito maior cobertura mediática é dada à nomeação de Hillary Clinton como candidata presidencial democrata. Enquanto Clinton declarava na Convenção do seu partido que acabaria com os terroristas islâmicos no Médio Oriente, o exército da Síria e seus aliados russos estavam na realidade a prosseguir com esse intenso trabalho .
A cidade de Alepo no Norte da Síria – a maior cidade do país antes do início da guerra em 2011 – está prestes a ser totalmente reconquistada pelo exército sírio, suportado pelo poder aéreo russo. Corredores humanitários foram criados para permitir a saída de civis e combatentes antes de começar o ataque final às milícias antigovernamentais enfiadas em refúgios no leste da cidade.
Os membros das milícias são uma amálgama de grupos armados ilegais incluindo proscritas brigadas terroristas afiliadas à al-Qaeda . Os governos ocidentais e os media envolveram-se em cínicos jogos de palavras, referindo-se a alguns destes mercenários como "moderados" e "rebeldes".
Por exemplo, um relatório da CNN afirmava: "As forças sírias e russas estão a abrir corredores humanitários para que pessoas fujam da cidade sitiada de Alepo , disseram quinta-feira oficiais de ambos os países no dia a seguir ao anúncio feito pelo exército da Síria de ter cercado a cidade e cortado as rotas de abastecimento dos rebeldes [sic]".
Note-se como a palavra de agradável sonoridade "rebelde" é invocada como forma de branquear o facto de que a cidade tem sido assediada por extremistas, que admitiram ter cortado as cabeças de suas vítimas, incluindo crianças de 10 anos de idade .
O que as forças sírias e russas estão a conseguir com a recaptura de Alepo é nada menos que uma vitória histórica. Não é só o simbolismo de recuperar a segunda cidade da Síria, mas a sua importância estratégica para o governo. Dada a proximidade com a fronteira turca, Alepo foi um bastião para o fluxo ilícito de armas e mercenários que têm alimentado todo o conflito sírio.
Os Estados Unidos e seus aliados da NATO, Grã-Bretanha e França, colaboraram com os seus parceiros regionais, Qatar, Arábia Saudita e Turquia, para usar Alepo como ponto forte para sua suja guerra secreta contra o presidente sírio Bashar al-Assad.
Mercenários do culto da morte vieram de uns 100 países de todo o mundo, incluindo de Estados ocidentais e árabes, e também do Cáucaso da Rússia, para esta conspiração estrangeira tendo como objetivo mudarem o regime na Síria.
De muitas maneiras, Alepo representa a última posição para aquelas forças. Quando Alepo finalmente cair nas próximas semanas, trará o fim do torturante conflito da Síria imposto ao país pelos EUA e seus aliados sob o pretexto de uma revolta "pró-democracia".
A acusação da criminalidade de Washington e de seus desonestos Estados parceiros é comprovada pelas cerca de 400 mil pessoas mortas ao longo dos últimos cinco anos e quase metade da população de 23 milhões transformados em refugiados. Ao mesmo tempo a Europa é confrontada com a crise dos refugiados e com o terrorismo, repercussões desta criminosa conspiração estrangeira para subverter a Síria.
A vitória contra o terrorismo patrocinado por outros Estados na Síria é um tributo à tenacidade e coragem do povo sírio, do seu governo e do seu exército. Nessa vitória a Rússia tem desempenhado um papel de enorme heroismo. O Presidente Assad tem reconhecido o papel fundamental da intervenção militar da Rússia para salvar o seu país do destino a que outras nações sucumbiram, como o Afeganistão, Iraque e Líbia – vítimas das maquinações norte-americanas para mudanças de regime.
Quando o presidente russo Vladimir Putin resolveu enviar forças militares para salvar a Síria , no final de setembro de 2015, a reviravolta foi imediata e crucial. As rotas de contrabando de petróleo em escala industrial dirigida pela rede jihadista na Síria Oriental foram esmagadas pelo poder aéreo russo, eliminando o principal apoio financeiro para a Jihad, que o Estado turco facilitava. Isto, por sua vez, deixou o centro terrorista em Raqqa estiolando no isolamento.
A recuperação da antiga Palmira no centro da Síria, com seu património arqueológico de importância mundial, foi também outra importante vitória para o exército da Síria e seu aliado russo. A realização de um concerto de música clássica por artistas russos nas ruínas românicas recapturadas aos terroristas não foi apenas uma inteligente demonstração de relações públicas. Mostrava eloquentemente o que representava a Guerra Síria: um conflito entre uma nação soberana apoiada pela Rússia contra bárbaros assassinos mobilizados por potências estrangeiras sem lei.
A batalha agora em andamento para Alepo é mais uma – talvez a final – etapa histórica da luta contra as forças de mudança de regime na Síria. A Rússia e o presidente Putin podem orgulhosamente tomar lugar de honra nesta vitória histórica.
Não admira então que os media ocidentais prefiram ignorar o que está a acontecer na Síria. Durante anos, eles têm produzido uma torrente de mentiras e invenções, alegando que "rebeldes" lutavam pela democracia contra um "regime tirânico".
Agora, como as forças sírias e russas destroem os remanescentes "rebeldes" a verdade é dificilmente negável e eles são vistos por aquilo que são: uma rede de terroristas mercenários implantados pelos Estados Unidos e seus aliados, que enfrentam a derrota final.
Portanto para evitar o momento da terrível verdade da sua cumplicidade com o terrorismo patrocinado por esses Estados, os meios de comunicação ocidentais têm necessidade de desviar atenções da Síria e da batalha de Alepo. Voltam-se para uma nova narrativa de distração – a "maravilhosa" nomeação de Hillary Clinton como a primeira mulher a concorrer à Presidência dos EUA.
Típico das manobras de uma tola mudança de assunto são as brilhantes citações de Clinton sobre como ela conduzirá a América e o mundo para derrotar o terrorismo jihadista. Ela é a mesma Clinton que, como secretária de Estado (2009-2013) orquestrou a guerra secreta para a mudança de regime na Síria, com a desprezível implantação de mercenários terroristas conduzidos pela CIA.
Isto é, a guerra a que a Rússia agora está ajudando a finalmente pôr fim, juntamente com a extinção dos grupos terroristas "moderados" promovidos pelos EUA. Washington e Clinton em particular podem começar guerras, mas evidentemente é a Rússia que as termina.
Pasme-se ouvindo Clinton deleitando seus partidários na Convenção Democrata, não podemos ficar mais admirados com esta imensa dissonância cognitiva: uma belicista posando como campeã da paz mundial da lei e da ordem.
Esta absurda impostura de tirar o fôlego, só é possível devido à forma como os media ocidentais trabalham para alterar as narrativas, distorcer perspectivas e omitir factos.
Mas o incontestável é que a Rússia e a Síria estão a ganhar uma guerra histórica contra a agressão terrorista suportada pelo ocidente. Alepo é o toque de clarim para esta vitória.
Os media ocidentais não podem lidar com isto. Assim, são obrigados a tentar mudar o foco. E a quem eles iluminam e dão relevo? A Hillary Clinton , um dos culpados da guerra criminosa na Síria, prometendo defender a América da Rússia e dos terroristas.