Trata-se da primeira jornada de protesto nacional convocada pelos principais sindicatos da França depois do verão e a 13ª depois do início em março de 2016 do movimento popular contra a nova lei.
Em Paris, dezenas de milhares de pessoas partidam da Praça da Bastilha até a Praça da República, em uma marcha liderada pelo secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Philippe Martinez; pelo líder da Força Operária, Jean-Claude Mailly; assim como os dirigentes de outras organizações sindicais.
De acordo com os organizadores, mais de 40 mil manifestantes participaram da manifestação em Paris, enquanto o governo, por meio da polícia, alega que os manifestantes não passavam de 12,5 mil pessoas.
A marcha foi cercada por um forte dispositivo de segurança, integrado por centenas de policiais armados, e embora a maior parte da passeata tenha avançado de forma pacífica enquanto empunhava cartazes e gritava lemas, houve alguns distúrbios isolados, segundo indicou a agência cubana de notícias Prensa Latina.
Algumas pessoas lançaram objetos contra os agentes de repressão, que responderam com gás lacrimogêneo.
As autoridades informaram de forma preliminar que seis pessoas foram feridas e 10 foram presas.
O objetivo da demonstração é exigir a derrubada da reforma trabalhista, aprovada em julho, quando o premiê Manuel Valls recorreu pela terceira vez ao polêmico artigo 49.3 da constituição para validar a lei, sem a necessidade de submetê-la à votação no parlamento, onde o repúdio a ela era majoritário.
Enquanto o governo defende que a lei permitirá "modernizar" a situação do emprego na França, que tem um desemprego de aproximadamente 10%, os seus detratores afirmam que ela só beneficiará as empresas, permitindo que tenham mais poderes para definir os horários de trabalho e as demissões, entre outras questões.
"Não à lei dos patrões" e "Por empregos mais seguros" foram alguns dos lemas que protagonizaram a greve desta quinta-feira , que provocou interrupções na rede de transporte público e o cancelamento de 15% dos voos nos aeroportos de Paris.
Embora alguns questionem a utilidade dos protestos quando a reforma já está aprovada, os líderes do movimento asseguram que é possível conseguir sua derrubada, ou pelo menos travar sua implementação no plano jurídico, já que é preciso centenas de decretos para que ela possa entrar em aplicação.