A agência AFP noticiou que o Exército sírio fez frente, esta sexta-feira, a uma ofensiva de grupos armados que tentavam entrar na capital através de Jobar, um bairro controlado por forças takfiris a leste de Damasco.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos e a agência estatal SANA confirmaram os ataques, que incluíram o lançamento de 21 foguetes sobre áreas residenciais próximas, sob controlo do Governo, em Qaboun, ferindo pelo menos três pessoas, noticiam a PressTV e a HispanTV.
De acordo com a HispanTV, o ataque com morteiros foi perpetrado pelo Jaish al-Islam, grupo radical amplamente apoiado pela Arábia Saudita e próximo do Exército Livre da Síria, que por sua vez é apoiado pelos Estados Unidos. Recentemente, o seu líder disse que não respeitava a trégua acordada entre a Rússia e os EUA, pelo que, neste momento, o Jaish al-Islam trava vários combates com o Exército sírio.
Rússia acusa EUA e «militantes» de violarem a trégua
Esta ofensiva em Damasco, bem como os combates em vários pontos do território sírio, ocorre num contexto em que a Rússia afirma ter registado dezenas de violações ao acordo de cessar-fogo em vigor desde dia 12. Moscovo afirmou ainda que «unidades de militantes controlados pelos EUA intensificaram os ataques a zonas residenciais».
Na quinta-feira, Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo, acusou os norte-americanos de manterem «uma cortina de retórica» para esconder a sua relutância em cumprir a parte que lhes é devida no acordo de cessar-fogo. No final do quarto dia de trégua, só as forças do Governo sírio estão a observar o seu cumprimento, sublinhou.
Por seu lado, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Mark Toner, afirmou que, «apesar de haver registo de alguns focos esporádicos de violência, o acordo se está a manter e a violência é substancialmente menor».
Já esta sexta-feira, Moscovo confirmou que as forças russas e sírias tinham parado os bombardeamentos sobre as áreas em poder de «militantes», mas que os EUA estavam a tornar mais difícil o esforço de combate aos terroristas, ao não fornecerem as localizações exactas dos grupos que Washington classifica como «moderados».
Os assim chamados estão a combater ao lado dos ditos «terroristas», com o objectivo de derrubar o Governo do presidente Bashar al-Assad, informa a PressTV.
Ajuda humanitária em Alepo
De acordo com a Al-Masdar News, o Exército Livre da Síria (ELS) decidiu não permitir a chegada de ajuda humanitária aos bairros sitiados de Alepo Leste. Uma fonte do governo local de Alepo informou que o ELS e os seus aliados islamitas enviaram reforços para bloquear o acesso ao posto do Crescente Vermelho sírio, na estrada de Kafr Hamra.
A menos que as forças «rebeldes» se retirem um quilómetro para norte da estrada, tal como estava acordado, os civis residentes na zona oriental da cidade poderão ficar sem acesso a ajuda humanitária pelo segundo dia consecutivo.
O Exército Árabe Sírio e os seus aliados já tinham cumprido a sua parte, retirando tanques, artilharia pesada e soldados para os campos de al-Malaah, localizados um quilómetro a norte da estrada de Castello.