Amanifestação da juventude trabalhadora de 28 de Março e as comemorações do 1º' de Maio, organizadas pela CGTP-IN em todo o País, dando expressão à luta diária nas empresas e locais de trabalho, ilustraram bem como a vida dos jovens trabalhadores que é marcada pela precariedade, os baixos salários, os horários desregulados e discriminações múltiplas, que põem em causa direitos e garantias com consagração constitucional. Uma realidade que não deixa de se reflectir na vida e na organização das estruturas sindicais, em particular das suas estruturas juvenis.Desde a última Conferência da Interjovem/CGTP-IN, por motivos diversos - onde se inclui a emigração - vários membros da sua Direcção Nacional saíram dos respectivos sectores profissionais, fragilizando-se assim, a ligação a esses sectores e regiões de origem, por via da estrutura central da Interjovem.
Comprovou-se o papel de rejuvenescimento da estrutura que tem a intervenção junto dos jovens trabalhadores e o trabalho da Interjovem e, hoje, há sete membros da Direcção que, não o sendo à data da última Conferência, são actualmente dirigentes sindicais aos mais variados níveis das estruturas sindicais. Este facto mostra as potencialidades que o trabalho específico junto da juventude tem, mas mostra ainda que temos a necessidade de envolver novos quadros.
Desenvolver mais actividade e criar e dinamizar mais e melhor as comissões de jovens, garantindo a sua articulação, envolvimento e acompanhamento por parte das direcções das organizações sindicais de onde emanam.
No final do Encontro os jovens trabalhadores sairam à rua e foram em desfile até ao Ministério do Trabalho entregar a Resolução aprovada no Encontro.
RESOLUÇÂO
Os jovens trabalhadores continuam a ser os mais afectados pelo desemprego, os baixos salários e a precariedade. Apesar da melhoria na criação de emprego, a qualidade do mesmo caiu, a maioria dos postos de trabalho criados são precários, o recurso a empresas de trabalho temporário cresceu, a instabilidade é maior, os salários não fazem face à perda de poder de compra (dos 10% de poder de compra perdido no período do governo PSD/CDS-PP, apenas se recuperou pouco mais de 2%).
Acresce que o actual governo do PS propôs alterações ao Código do Trabalho que não só não revogam normas anti-laborais - como a da caducidade da contratação colectiva e o fim do tratamento mais favorável -, como quer fazer passar, na Assembleia da República, uma proposta de lei que agrava e legitima a precariedade e desregula ainda mais as relações de trabalho.
É contra tudo isso que aqui estamos, em protesto. E porque não abdicamos de agir e lutar por um presente e um futuro melhores, exigimos:
Emprego seguro, estável e com direitos;
A erradicação da precariedade, fazendo corresponder a cada posto de trabalho permanente um vínculo de trabalho efectivo;
O aumento geral dos salários, a fixação em 850€ do salário mínimo nacional e o fim das discriminações salariais;
A semana de 35 horas de trabalho normal para todos os trabalhadores, sem perda de salário, contra a desregulação dos horários;
Melhores condições de trabalho, contra os intensos ritmos de trabalho, as pressões, a repressão e a exaustão física e psicológica;
Uma política de habitação que, nomeadamente, combata a desregulação do mercado de arrendamento e ponha termo à precarização do direito à habitação e à especulação imobiliária;
Mais e melhores serviços públicos, contra as privatizações e a carência de estruturas públicas de apoio à família;
O fim da caducidade dos contratos colectivos de trabalho e a revogação de outras normas gravosas das leis do trabalho da responsabilidade do PS, do PSD e do CDS, a reposição do tratamento mais favorável e pelo direito de negociação e de contratação colectiva;
Afirmamos ainda a nossa disponibilidade para participar, no próximo dia 10 de Julho, a partir da Praça da Figueira, pelas 14h30, na manifestação convocada pela CGTP-IN contra a proposta de lei do Governo do PS de alteração do Código do Trabalho e pela revogação das normas anti-laborais, o aumento dos salários, a valorização dos trabalhadores.
A LUTA CONTINUA!