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Diário Liberdade
Terça, 29 Novembro 2016 19:08

Assad às vésperas de sua maior vitória desde o início da Guerra na Síria: Aleppo livre

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País: Síria / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Zero Hedge

[Tyler Durden, Tradução do Coletivo Vila Vudu] A batalha por uma das cidades sírias mais furiosamente disputadas na guerra na Síria – Aleppo – aproxima-se do desfecho. Segundo a agência Reuters, o exército sírio e aliados anunciaram, na 2ª-feira, a reconquista de larga faixa de Aleppo leste, até aqui ocupada por terroristas – que alguns estimam que corresponda a cerca de 40% da parte que os terroristas ainda ocupam –, em avançada acelerada que ameaça esmagar a oposição na sua mais importante fortaleza urbana.

Em forte avançada no impulso das forças oficiais durante o fim de semana, para retomar toda a cidade, o Exército Árabe Sírio, EAS,  capturou seis distritos que eram comandados pelos terroristas em Aleppo leste, entre os quais Masaken Hanano, o maior deles. Na 2ª-feira, 13º dia da operação, o EAS reassumiu o controle sobre os bairros adjacentes de Jabal Badra e Baadeeen e recapturaram três outros.

Para começar pelo "ângulo" da Reuters, a agência escreve que dois "oficiais rebeldes" disseram que "os insurgentes", diante de feroz bombardeio e ataques por terra, tiveram de recuar da parte norte de Aleppo leste para linha de combate que pudessem defender melhor ao longo de uma grande autoestrada, depois de baixas que ameaçavam dividir ao meio seu enclave.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos – think-tank criado e mantido no Reino Unido, e operado por um único homem, e que em 2013 foi responsável pela divulgação para o mundo da notícia falsa de um "ataque químico" que Assad teria feito "contra o próprio povo" – disse que a parte norte de Aleppo ocidental que "os rebeldes" perderam equivalia a mais de 1/3 do território que haviam controlado; definiu o evento como "a maior derrota para a "oposição" em Aleppo desde 2012.

Circularam notícias segundo as quais milhares de moradores haviam fugido. Um "combatente rebelde" entrevistado pela agência Reuters disse que havia "pressão extrema, extrema, extrema sobre os insurgentes". Parte da área agora desocupada pelas forças oficiais do governo sírio foi tomada por uma milícia curda de outra parte de Aleppo e apoiada pelos EUA, na qual os "combatentes rebeldes" relataram o evento como "entrega definida por acordo" – raro exemplo de cooperação entre grupos que tanto combateram um contra o outro.

Ainda no noticiário distribuído pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, essa vitória, que parece sinalizar a iminente derrota das "forças rebeldes" na luta por Aleppo, disparou ondas de choque de desmoralização por todo o país devastado pela guerra, e muita gente começou a abandonar o subúrbio de Damasco controlado pelos "rebeldes", centenas de milhas ao sul, Khan al-Shih, em busca de outras áreas controladas pelos "insurgentes", protegidos por acordo firmado com o governo.

Como acrescenta a agência Reuters, capturar Aleppo leste seria a maior vitória para o presidente Bashar al-Assad desde o início do "levante" contra ele em 2011, e restauraria o controle pelo Estado Sírio sobre toda a cidade, exceto uma área curda que não combateu contra o Exército Árabe Sírio.

Para Assad, retomar Aleppo implica restaurar a autoridade do Estado Sírio sobre os principais centros populacionais da Síria ocidental, onde o Exército Sírio e aliados concentraram o poder de fogo, enquanto muito da área não habitada do país permanece fora do controle do Estado Sírio. Mais importante, a retomada seria vista como vitória de Rússia e Irã, aliados dos sírios, que derrotaram os inimigos regionais e ocidentais de Assad, mediante intervenção militar direta. Seria bofetada considerável, na face de EUA e aliados.

"O que aconteceu nos últimos dois dias é grande vitória estratégica alcançada pelo Exército Árabe Sírio e aliados" – disse na área de Aleppo um combatente de uma das milícias locais que combate a favor do governo do presidente Assad.

Enquanto isso, cresce a animosidade contra os EUA mesmo entre "amigos" tradicionais; "rebeldes" dizem que antigos patrocinadores estrangeiros, dentre os quais os EUA os abandonaram à própria sorte em Aleppo.

Depois de alguns dos "rebeldes" em Aleppo terem recebido apoio de estados como Turquia, Arábia Saudita, Qatar e EUA durante a guerra, eles hoje dizem que os apoiadores estrangeiros desertaram e os abandonaram no instante em que Assad e aliados passaram a servir-se de enorme poder de fogo.

"A situação é muito ruim e a razão disso é o bombardeio ininterrupto, dia e noite, com todos os tipos de armas" – disse Abdul Salam Abdul Razaq, porta-voz militar do grupo Nour al-Din al-Zinki, dos principais grupos "rebeldes" que combate em Aleppo.

"O combate agora é feroz, e o regime e seus apoiadores estão destruindo grandes áreas, para poderem avançar" – disse o Sr. Razaq à Reuters. Outro combatente disse que havia atrito pesado "de munição e corpo a corpo."

Assad conseguiu cercar gradualmente a área de Aleppo leste ao longo desse ano, cortando primeiro a linha mais direta de abastecimento que ligava a região à Turquia, antes de cercar o lado leste; e em setembro lançou uma grande ofensiva. Um serviço militar de notícias dirigido pelo Hezbollah declarou "área sob total controle do governo sírio" toda a parte norte do setor leste de Aleppo. O ministro de Defesa da Rússia disse que cerca de 40% da parte ocidental da cidade havia sido "libertada" por forças do governo sírio e está livre de militantes.

Na 2ª-feira, o presidente Vladimir Putin da Rússia discutiu os avanços do exército sírio, com membros de seu Conselho de Segurança, como noticiaram agências russas de notícias, citando o porta-voz Dmitry Peskov.

Tentando preservar algum orgulho, oficiais de dois grupos de terroristas que combatiam em Aleppo dizem que os "rebeldes" retiraram-se para áreas que podem ser mais facilmente defendidas, especialmente depois que perderam o complexo residencial em Hanano, no sábado.

"É recuo para área que podemos defender com mais eficácia, e para reforçar as linhas de frente," disse à Agência Reuters um oficial do grupo "rebelde" Jabha Shamiya. Em outras palavras: não é derrota, apenas um recuo estratégico.

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