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Diário Liberdade
Segunda, 28 Novembro 2016 11:25

Fidel, os fascistas e um transbordamento de imaginações

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Atilio Borón

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Lágrimas há de diversos tipos. Algumas, as mais correntes, são de tristeza. Outras resumem melancolia. Há outras que expressam a indignação e a impotência diante de uma ofensa que não pode ser respondida ou reparada. Mas há algumas que me retêm por momentos, que põem de manifesto um impulso criminoso que só por um árduo esforço de minha consciência consigo controlar a apaziguar. 


Me ocorreu há alguns minutos quando vi as fotos da gusanera de Miami, celebrando a morte de Fidel; ou quando vejo os fascistas dispostos a que a Venezuela volte à idade da pedra com a intenção de acabar com o chavismo (coisa que não conseguiram!); ou quando leio as declarações de Donald Trump e outros de sua laia dizendo barbaridades sobre Fidel e a Revolução Cubana, assim com maiúsculas. Nesses casos, e em outros similares, aparecem essas lágrimas que despertam em mim essa fera escondida em minhas tripas – por sorte quase sempre adormecida – e que, perante estímulos como os enunciados, desencadeia uma torrente de ideias – na realidade sinistras ocorrências! - para acabar com esses flagelos que tanto dano fazem à humanidade.

Ao ler Trump e ver os humanoides miamenses, a fera que me habita me sussurrava dizendo-me que tinha que ver a forma de organizar um magnífico passeio de iate pelo Caribe, convidar Trump e todos os seus assessores e financistas, e ainda os membros mais conspíscuos da máfia anticastrista dos Estados Unidos, mais a senhora Hillary Cliton (por que não?) e seu marido, mais “Bibi” Netanyahu, Rajoy, “Felipillo” González, o chocolateiro que serve como chefe de Estado na Ucrânia, e uma boa coleção de “fachos” europeus, latino-americanos e estadunidenses. Incentivada pela fera, minha exaltada imaginação já não se detinha por nada porque, uma vez soltas as amarras e começado – por sorte imaginário – o passeio no iate, um miliciano internacionalista oculto em um refúgio subterrâneo da Sierra Maestra decide emular os “boys” que dirigem os drones nos EUA, identifica o iate, descobre que escondido dentro dele há um perigosíssimo terrorista islâmico a bordo e, com o objetivo de preservar a segurança nacional norte-americana, dispara do drone revolucionário e libertário uma bateria de mísseis que faz explodir o iate pelos ares e acaba em um instante com toda essa canalhada. A ação se completa com a publicação de um relatório oficial – como faz Washington dizendo que em um casamento em Islamabad ou em um funeral em Cabul – descobriram que havia um sujeito que parecia ser um chefe de uma célula terrorista inativa escondida em New Haven, Connecticut, e que tiveram que eliminá-lo, deplorando os “danos colaterais” produzidos por essa operação e enviando uma sentida mensagem de condolência aos familiares das vítimas.

Acalmada minha indignação e secadas minhas lágrimas perante a perfeição do plano eu chamo à paz e me digo que nós, como ensinou Fidel, representamos um nível superior de eticidade e que não devemos utilizar as armas e as táticas de nossos inimigos. Que o socialismo é um estado moralmente mais elevado que o capitalismo e que um plano como esse não pode ir além de ser encarado como um conto, e que nossa batalha a livremos com outras armas, uma das quais, sem dúvida, é o humor que com tanta maestria manuseava o Comandante e que tanto irrita a direita e os imperialistas. Nossa vitória poderá demorar mais do que o previsto, mas será inevitável. Porque, como ele disse em seu extraordinário discurso na Cúpula da Terra do Rio 1992, se não determos a barbárie do capitalismo a espécie humana será varrida da face da terra. Para salvar a humanidade é preciso acabar com o capitalismo. Nisso estamos, e agora que Fidel já nos acompanha de outra forma, seguiremos com renovados brios nessa tarefa.

Fonte: http://www.atilioboron.com.ar/

Tradução do Diário Liberdade

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