Um comunicado do MIA – que engloba associações de ambiente portuguesas e espanholas – sublinha que "a ministra espanhola do Ambiente, Isabel García Tejerina, oferece transparência ao Governo português depois de incumprir, na opinião do MIA, a legalidade internacional ao autorizar o Armazém Temporário Individualizado (ATI) da central nuclear de Almaraz (Cáceres)".
Para a organização de ambiente, Isabel Tejerina “minimiza os riscos desta instalação” dado que uma “ hipotética fuga radioativa poderia contaminar o rio Tejo e afetar Portugal e Espanha”.
Note-se que nesta terça-feira, a ministra espanhola do Ambiente deu a Bruxelas “total transparência” em relação ao armazém de resíduos nucleares com o objetivo de dar garantias quer à Comissão Europeia quer a Portugal que “o projeto cumpre todas as regras”.
Desrespeito pela lei internacional
No entanto e para o Movimento Ibérico Antinuclear esta alegada transparência peca por tardia na medida em que o Governo espanhol “já deu autorização para a construção do ATI” ignorando Portugal e contornando a lei internacional que impõe uma avaliação ambiental transfronteiriça.
Perante esta situação, o MIA realça que "a transparência oferecida não é suficiente [e] para restaurar a legalidade dever-se-ia, pelo menos, recomeçar o processo, mas o mais sensato seria acabar com a exploração [da central] de Almaraz quando terminar a sua licença e construir o ATI com todas as garantias para proceder ao desmantelamento".
Aquela organização teme que a construção do armazém esteja relacionada com uma determinação visando o prolongamento do funcionamento da central de Almaraz quando este devia terminar em 2020