[João Nelson Ferreira] A estrutura sindical da CGTP passa a um nível superior de luta e coloca o primeiro-ministro na mira. Entre os professores começa a "sentir-se desilusão", avisa Mário Nogueira.
Quinhentos e nove, dias depois de António Costa tomar posse como primeiro-ministro - um ano, quatro meses e 23 dias, mais precisamente, a Fenprof vai para a rua protestar.
No último dia das férias lectivas da Pásco, a partir das 15.00, junto à sede do Ministério da Educação em Lisboa, pretendendo a federação sindical dos professores ligada à CGTP fazer um cordão humano até à residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento. Mário Nogueira disse que, António Costa, está agora no radar da sua federação sindical porque o ministro da Educação lhe tem dito muitas vezes, em relação a vários dossiês, que o nível de decisão já está acima dele.
Mário Nogueira, desdramatiza, "esta não é uma manifestação a pedir a demissão do ministro, nem pouco mais ou menos. Pode ser até, eventualmente, para ajudar o governo." E quanto ao futuro logo se verá, sendo certo que a hipótese de uma greve está no horizonte, e ainda por cima em "datas sensíveis" (vulgo: exames).
Na relação dos professores com este governo, diz, houve um "primeiro momento" em que os "sinais foram positivos" mas agora começa a "sentir-se desilusão". O descongelamento das carreiras nunca mais avança, e quando avançar, em 2018, será progressivo.
Mário Nogueira , diz que o caderno de encargos é longo,"aposentação justa", "descongelamento das progressões", "horários adequados", "gestão democrática" - e a rejeição da municipalização das escolas que o governo tenta levar a cabo com o reforço dos poderes das câmaras, e "fim do abuso na contratação a termo" de professores. mas a prioridade, segundo Mário Nogueira, é a questão dos "horários adequados".