62 pessoas mortas e 59 feridas é o último balanço na altura de redigirmos esta informação sobre o brutal incêndio florestal no centro de Portugal, no distrito de Leiria, no concelho de Pedrógão Grande. Além de numerosos bombeiros, umas 30 pessoas iam dentro de viaturas terão morrido atingidas pelo fogo.
Altas temperaturas, ventos cruzados e trovoadas secas terão originado e estendido rapidamente o fogo, ficando descartada nesta altura a intencionalidade no que deve ser o incêndio de consequências mais graves na história de Portugal. Estradas cortadas e colunas de fumo dificultaram a fugida de numerosas pessoas que circulavam pela zona afetada.
A inalação de fumos terá sido uma outra causa das numeroas mortes, assim como da entrada em hospitais de Coimbra, Lisboa e Porto. Aldeias e habitações foram postas em risco.
As comunicações foram dificultadas pela queda da tensão elétrica na área, reposta a custo mediante geradores. Bombeiros e militares tentaram sufocar o incêndio, que continua neste domingo após toda uma noite de combate ao fogo e contagem de vítimas.
O de Pedrógão Grande não era o único incêndio ativo neste sábado. Mais de 20 incêndios rurais estendiam-se um pouco por todo o país, no contexto de uma forte onda de calor com humidade relativa muito baixa. Os meios humanos e materiais mobilizados foram insuficientes e os erros no planeamento da chegada do verão parecem evidentes, pois as condições atmosféricas são as previsíveis nesta altura do ano nessa região, segundo confirmaram fontes do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF).
Cada ano repete-se a vaga de incêndios e a falta de prevenção continua a caracterizar a política florestal em toda a faixa ocidental peninsular (Portugal e Galiza), sendo as monoculturas de eucaliptos mais um fator que incrementa a incidência do problema.
Uns 60 incêndios continuam ativos em Portugal neste domingo.