João Semedo, médico e ex-coordenador do Bloco de Esquerda afirmou que as pessoas são livres de decidir sobre a sua vida e, por isso, se podem recusar-se a fazer passar por certos tratamentos. Da mesma forma, também devem poder decidir sobre se querem morrer. Rui Rio, antigo presidente da Câmara do Porto declarou, em declarações citadas pela agência Lusa, que “uma pessoa em situação terminal, sabendo que já não existe esperança, tem o direito de escolher antecipar a morte”.
Pedro Bacelar Vasconcelos, constitucionalista, disse que “o direito à vida é apenas um direito, um direito da pessoa, por isso, o último juiz terá sempre de ser o próprio titular” e que só por extrema crueldade se pode criminalizar quem, de forma consciente e perante o seu sofrimento, decida acabar com a sua vida. Manuel Sobrinho Simões, médico, investigador e diretor do IPATIMUP defendeu que o direito à eutanásia vai ser consagrado como direito “pode não ser agora, pode demorar um ano ou mais, mas vai ser”.
Por último, a presidente do Instituto Politécnico do Porto (IPP), Rosário Gambôa, exigiu que o tema, apesar de incómodo, seja discutido por todos. “A minha morte é uma questão que me afeta a mim”, afirmou. A petição pela despenalização da morte assistida, que defende que as pessoas, desde de forma informada, consciente e reiterada, têm o direito a escolher por fim ao seu sofrimento. O documento foi entregue na Assembleia da República a 26 de abril, com mais de oito mil assinaturas.