"Aqui vemos uma situação de um assédio incrível (...) quer dizer usam o pretexto dos direitos humanos para derrubar o senhor Maduro, sem perceber que esse uso dos direitos humanos como uma arma, implica a destruição da dignidade humana, implica a destruição do mesmo conceito dos dIreitos humanos", disse em uma entrevista à jornalista Madelein García (Telesur),publicada no Twitter.
O especialista independente da ONU, que visitou a Venezuela entre os dias 26 de novembro e 9 de dezembro de 2017, descartou mais uma vez a tese de "crise humanitária", e explicou que existe uma crise econômica no país que não pode ser comparada com as situações na Faixa de Gaza, Iêmen e Somália.
"Na Venezuela o que falta é cooperação internacional, solidariedade internacional que se deve ao povo venezuelano (...) Pelo que se requer que se suspendam as sanções. O que se requer é que se suspendam as sanções. O que se requer é que se acabe com esta guerra econômica que agravou terrivelmente os problemas econômicos", disse.
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Zayas disse que a Assembleia Geral da ONU deve condenar as sanções contra a Venezuela.
"Se alguém quer ajudar o povo venezuelano tem que condenar essas sanções e é a Assembleia Geral da ONU que deveria adotar alguma resolução semelhante às resoluções adotadas com Cuba, das quais houve 25 resoluções condenando o embargo dos Estados Unidos contra Cuba", afirmou.
Ele criticou que não permitam à Venezuela realizar "contratos com norte-americanos ou importar medicamento ou importar alimentos e como é possível que os bancos se neguem a transferir os fundos".
Ressaltou que o bloqueio e as sanções impostas de maneira unilateral contra o país, geraram problemas sociais enormes no país sul-americano e que "este esforço de asfixiar o governo -de Maduro- é contrário ao Direito Internacional".
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Condenação ao magnicídio frustrado
O especialista da ONU, também condenou o magnicídio frustrado contra o chefe de Estado no dia 4 de agosto.
"Isso é muito preocupante não somente pelo que aconteceu mas pelo silêncio dos meios, o silêncio dos meios, a cumplicidade dos meios, e o fato de que há uma série de jornalistas que até dizem façam, que isto sim não funcionou esta vez, pois vamos tentar de novo", condenou De Zayas.
Relatório descartado por não atacar a Venezuela
De Zayas denunciou que seu relatório de direitos humanos foi descartado por não atacar a Venezuela. "Fui objeto de um assédio pessoal, mais ou menos me disseram 'o senhor não é o relator pertinente, não nos interessa o que o senhor pensa,o senhor tem uma função e somente uma, o senhor vai condenar o governo, ponto, se o senhor não está disposto simplesmente a condenar o governo pois, então o senhor é um vendido', bom esse tipo de narrativa se refletiu em certas impressões que eu colhi das ONGs", contou.
Em relatório, publicado em 30 de agosto, de Zayas afirmou que as medidas coercitivas unilaterais impostas pelo governo dos Estados Unidos, Canadá e a União Europeia (UE) afetaram o desenvolvimento da economia venezuelana, já que agravaram a escassez de medicamentos e distribuição de alimentos.
O especialista independente da ONU criticou o papel de algumas ONGs contra a Venezuela.
"Estas ONGs acreditam que os direitos humanos estão ali simplesmente como uma arma para atacar um inimigo político, se gosto de um pais ou não gosto de um governo, pois eu vou acusá-lo de violações dos direitos humanos".