Depois da corajosa greve levada a cabo dia 30 de Junho pelos trabalhadores dos call centers e backoffice da PT/MEO, mas com vínculos precários subcontratados a várias empresas de trabalho temporário – iniciativa que teve expressão de rua com um protesto nacional, em Lisboa, envolvendo trabalhadores do Porto, Coimbra, Castelo Branco (para cuja mobilização foi determinante a acção de delegados sindicais do SINTTAV) e de Lisboa (dinamizados pelo SNTCT) –, a luta volta à PT/MEO.
E desta feita com um universo mais alargado, uma vez que se trata de uma greve envolvendo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Telecomunicações e Audiovisual e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, mas também a Comissão de Trabalhadores e outras estruturas sindicais, em clima de unidade na acção.
Em causa está a transferência de 118 trabalhadores para subsidiárias da multinacional francesa de telecomunicações, bem como para suas parceiras, designadamente ligadas à Visabeira. O patronato pretende concluir o processo até ao final deste mês, mas as organizações representativas dos trabalhadores (ORT) contestam e partem para a acção.
Em comunicado conjunto divulgado pelas ORT dos trabalhadores da PT/MEO, alerta-se que «todos os trabalhadores da PT Portugal, ontem uns, amanhã outros, estão confrontados com o maior ataque já visto aos seus direitos e postos de trabalho». Nesse sentido apela-se à participação de todos nas jornadas preparatórias e na greve de dia 21 de Julho, convocada com o intuito de travar a ofensiva anti-laboral, componente central do que consideram ser a destruição da empresa.Em grande no PortoNa segunda-feira, 10 de Julho, centenas de trabalhadores concentraram-se frente ao Edifício PT de Tenente Valboim. Contestaram a pretensão da Altice em externalizar um conjunto de departamentos e serviços, acusando-a de, através destas transferências, ter como propósito impor o fim do vínculo dos trabalhadores.
Na concentração esteve presente uma delegação do PCP que contou com a presença de Ilda Figueiredo, da Direcção da Organização Regional do Porto. Ilda Figueiredo aproveitou a ocasião para garantir que o PCP tudo fará para travar este ataque à PT e lembrou que esta é uma empresa estratégica para o País, cuja privatização urge reverter.
Anteontem, 11, o PCP voltou a reunir com estruturas representativas de trabalhadores da PT/MEO e comprometeu-se a prosseguir a intervenção na defesa da empresa e dos seus trabalhadores.
Desde logo questionando o presidente da PT/MEO, chamado ontem, 12, à Assembleia da República, justamente devido a um requerimento apresentado pelo PCP.Agenda de lutaOntem de manhã, realizou-se um plenário na sede da PT/MEO, no Fórum Picoas, em Lisboa. Esta foi uma de várias jornadas que, até ao próximo dia 21, incluem plenários em Coimbra (dia 14) e Faro (dia 17), e concentrações de activistas sindicais, alternadamente, frente ao Ministério do Trabalho e ao Fórum Picoas: amanhã, 14, e dias 18, 19 e 20.