Mais de 2000 trabalhadores da PT de todo o país estiveram no dia 21 em greve de 24 horas, contra a transferência de funcionários desta empresa para empresas parceiras ou outras empresas do grupo Altice, iniciando uma marcha de protesto da sede da empresa, em Picoas, Lisboa, até à residência oficial do primeiro-ministro. Os trabalhadores da PT estão a levar a cabo uma luta pela defesa dos postos de trabalho, pelos direitos laborais e sociais, assim como por uma boa prestação de serviços à população.
Os métodos agressivos do grupo abutre Altice na gestão das questões laborais são já bem conhecidos lá fora, nomeadamente em França. Há poucos dias, em Portugal, bastou que António Costa manifestasse apenas um certo estado de alma (de indignação) a propósito da Altice, para que logo alguns dos mais destacados cães de fila do capital (dirigentes do PSD e do CDS e vários “analistas”, com destaque para Lobo Xavier) viessem tecer duras críticas ao chefe do executivo, por, segundo eles, intromissão em negócios privados. Preparando, assim, o terreno ao patrão, o cofundador da Altice Armando Pereira, que veio declarar que o Governo português, “muitas vezes, não vê essa importância” do investimento que está a ser feito na economia de Portugal.
O que está hoje em causa nesta luta é a mudança forçada de algumas centenas de trabalhadores para uma teia complexa e nebulosa de empresas do grupo da multinacional de comunicações e conteúdos franco-israelita Altice (que detém a PT Portugal), como a Tnord, a Sudtel ou a Winprovit, ou , ainda, da parceira Visabeira, recorrendo à figura de transmissão de estabelecimento. Furando assim o contrato de venda, que proibia o despedimento colectivo. Estando presente a perda de direitos e a precariedade para onde querem atirar os trabalhadores. E, em última análise, o seu desemprego num horizonte próximo.