A paralisação prolonga-se até dia 4. Esta quinta-feira, os trabalhadores deslocam-se à sede da EDP e à AR.
Contactado ao início da tarde pelo AbrilAbril, um dirigente do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN) apontou que, no primeiro dia de greve, a adesão dos trabalhadores dos call centers da EDP com vínculo à Randstad era de 90%
A greve, decidida pelos trabalhadores em plenário, iniciou-se às 0h de hoje e prolonga-se até à 1h do próximo sábado, dia 4. O dirigente sindical explicou que, hoje, sendo feriado, apenas estava a funcionar um dos centros de atendimento em Lisboa, tal como ocorre aos fins-de-semana.
«De manhã, estavam apenas a trabalhar dez dos 100 trabalhadores que costumam estar no centro nestes dias – feriados e fins-de-semana», disse, confirmando a informação divulgada pela agência Lusa.
Acrescentou que, amanhã, pelas 9h30, os trabalhadores se vão concentrar à saída do metro do Cais do Sodré, em Lisboa, de onde seguirão em desfile até à sede da EDP, na Avenida 24 de Julho. Seguem depois em direcção à Assembleia da República, onde se vão concentrar pelo meio-dia. Na sexta-feira, dia 3, vão concentrar-se junto ao Ministério do Trabalho, às 10h.
Continua a não haver resposta
A Randstad compromete-se a avaliar as reivindicações dos trabalhadores, «como já o fez noutras ocasiões», mas «continua a não dar resposta», criticou o dirigente sindical, lembrando que, na reunião realizada com a Comissão Sindical do SIESI, a multinacional afirmou não ter margem para aumentos salariais e que apenas podia proceder a um acréscimo de 50 cêntimos no subsídio de refeição, a partir de Janeiro de 2018.
Apesar de a comissão sindical considerar que a proposta é insuficiente e continua «a desvalorizar o valor do trabalho», solicitou à empresa que a apresentasse por escrito, «mas nem isso chegou a acontecer», disse o dirigente do SIESI.
Referiu-se ainda à pretensão da empresa de deslocalizar um dos serviços de atendimento prestados em Lisboa (linha HC/Espanha) para Elvas. «Essa ameaça continua a pairar. Deslocalizam o serviço e extinguem postos de trabalho. Despedem os mais antigos aqui e já estão a dar formação a outros para colocar ali», acusou.
«A luta é pelo aumentos dos salários e também pelo trabalho com direitos, contra a precariedade», concluiu.
Acentuada perda de poder de compra
Em comunicado, o SIESI salienta que os trabalhadores dos call centers da EDP continuam a sofrer uma acentuada perda de poder de compra desde 2011, «data em que esta empresa [Randstad] tomou conta da operação», embora os seus lucros sejam cada vez maiores.
Acusa também a EDP de «assobiar para o lado». A Energias de Portugal, que paga «milhões obscenos aos seus administradores», argumenta que o problema é dos prestadores de serviços, como a Randstad, apesar de estes trabalhadores laborarem para a EDP, critica.