Trabalhadoras e trabalhadores precários, bem como desempregados, estudantes e outros sectores somaram-se nesta quinta-feira à manifestação que partiu do Cais de Sodre e marchou até à Assembleia da República. Diferentes sindicatos aderiram à manifestação, com participação de centenas de pessoas, com uma faixa inicial a exibir o lema da mobilização: “Precariedade? Nem para os estivadores, nem para ninguém”.
A iniciativa contou também com o apoio de duas forças parlamentares, o BE e o PCP. Tambores, buzinas e petardos deram animação à marcha, junto a palavras de ordem coreadas sobretudo pelo pessoal do trabalho portuário lisboeta, onde os cortes em pessoal são compensados com jornadas de trabaho de 16 e até 20 horas, para proteger a qualquer custo a taxa de lucro dos burgueses do sector.
A intervenção de representantes sindicais no fim da mobilização alertou para as tendências precarizadoras, que vão em aumento e poderão trazer novos conflitos, apesar do acordo atingido no processo grevista dos últimos meses. De facto, o alvo dos estivadores continua a ser a lei do trabalho portuário (Lei n.º 3/2013), aprovada pelo governo do PSD-CDS, que contou também com os votos do PS. Apesar da longa luta e da manifestação desta quinta-feira, o executivo atual, em mãos do PS, continua a recusar-se a abordar qualquer alteração dessa lei.
Luís Nunes, correspondente gráfico do Diário Liberdade em Lisboa, realizou uma ampla reportagem fotográfica que oferecemos a seguir aos leitores e leitoras do DL.