As associações das ilhas da Ria Formosa mantêm os protestos contra as demolições de casas nos núcleos habitacionais da Praia de Faro, Hangares, Farol e Culatra.
Na tribuna pública, dinamizada ontem pelo PCP em Olhão, contestaram a intenção do Governo membros da Associação de moradores da Ilha da Culatra, da Associação de utentes e amigos do Parque de Campismo de Faro, da Associação de moradores do núcleo de Hangares, da Associação Farol de Santa Maria e da SOS Ria Formosa.
A Sociedade Ria Formosa Pólis enviou cartas para os moradores dando nota da tomada administrativa das suas habitações no dia 27 de Setembro. Várias associações de moradores mobilizaram-se logo nesse dia, aproveitando a oportunidade da presença de António Costa na inauguração de um hotel do Grupo Pestana, em Portimão.
Na iniciativa de ontem, o deputado comunista eleito pelo círculo de Faro, Paulo Sá, deu conta que o PCP irá apresentar um projecto de resolução na Assembleia da República propondo o reconhecimento do valor social, económico e cultural dos núcleos habitacionais das ilhas-barreira da Ria Formosa e o fim das demolições. Também os vereadores da CDU em Faro e em Olhão fizeram intervenções pelo fim deste processo.
Populações não desistem de lutar pelo que é seu
As demolições de habitações foram iniciadas pelo governo do PSD e do CDS-PP mas a luta das populações conseguiu impedir que o objectivo se concretizasse.
Em Março de 2015, o PCP apresentou no Parlamento um projecto de resolução propondo o fim das demolições nas ilhas-barreira da Ria Formosa, o qual mereceu o voto favorável do PS.
Desde então, e até às eleições de Outubro de 2015, no Algarve, deputados, dirigentes e autarcas do PS assumiram o compromisso de travar as demolições.