Os trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), que abrange as oficinas de manutenção e reparação de material circulante, decidiram realizar no dia 27 de Outubro um dia de luta, que incluirá plenários, greves e vigílias em frente ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas, em Lisboa, anunciou a Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
Em comunicado, a Federação informou que o dia de luta foi decidido em plenários realizados esta semana. Entre os objectivos de luta está a defesa da EMEF e dos postos de trabalho, o apelo contra o despedimento colectivo e pela reposição do Acordo de Empresa, assim como a valorização dos salários e das condições de trabalho.
No Porto – Guifões e Contumil – os trabalhadores da EMEF vão paralisar nas últimas três horas do turno de serviço e o turno das 16h às 24h interrompe o trabalho nas três primeiras horas. No Entroncamento decorrerá um plenário entre as 9h e as 10h, seguindo-se uma greve até às 11h30, enquanto em Oeiras decorrerá um plenário entre as 13h30 e as 14h30, e uma paralisação até às 16h. Nos restantes locais vão ser organizadas acções durante este dia.
Despedimentos onde seria necessário admitir mais trabalhadores
A EMEF vai iniciar um processo de despedimento colectivo dos trabalhadores contratados através de empresas de trabalho temporário que, têm ocupado as vagas existentes por impedimento de admissão de trabalhadores efectivos e, que assim, têm minorado os efeitos negativos da falta de trabalhadores na qualidade, regularidade e segurança do transporte ferroviário.
Esta medida iniciada nas oficinas de Oeiras, que garante a manutenção dos comboios na linha de Cascais, onde a situação é crítica, indicia que os trabalhadores com vínculos precários, em vez de serem admitidos nos efectivos da EMEF, vão ser despedidos à medida que terminarem os seus contratos, o que certamente agravará a situação problemática que hoje já existe. Isto num contexto em que faltam trabalhadores nas oficinas de Oeiras, entre outras.
Numa tarjeta dirigida aos utentes, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) e a Comissão de Trabalhadores da EMEF denunciam que o Governo «prometeu mas não cumpriu», quando se comprometeu a resolver problemas da EMEF, nomeadamente a contratar trabalhadores em falta e a realizar investimentos necessários para colmatar uma situação agravada com a política do governo anterior.
Neste documento alertam ainda os utentes de que, com o despedimento colectivo, o serviço vai piorar, afirmando que esta também é uma luta para que possam prestar um serviço público em condições.
Neste contexto, as estruturas sindicais exigem do Governo a imediata contratação, como efectivos, dos trabalhadores precários que estão a ser despedidos.