Após a entrega do documento na sede da OEA em Caracas, a representante da Fundação Latino-Americana para os Direitos Humanos e o Desenvolvimento Social (Fundalatin), Virginia King, informou que as assinaturas foram coletadas em pouco tempo.
"Isto devido ao nível de credibilidade que temos e o nível de avidez que tem o povo venezuelano para que cessem as ameaças, de que se respeite de uma vez por todas a independência de nosso país, a autodeterminação de nosso país", afirmou.
Ela explicou que as organizações defensoras dos Direitos Humanos do Brasil, Argentina, Peru, Colômbia e Uruguai, entre outras nações da América Latina, também solicitam que a OEA apoie o diálogo entre todos os setores políticos da Venezuela.
A deputada da bancada governista na Assembleia Nacional (AN,) Ileana Medina, exigiu respeito à institucionalidade venezuelana e defendeu a paz nacional.
A parlamentar solicitou aos representantes da oposição contribuir com temas fundamentais, como os constantes ataques à moeda, a distribuição de produtos de primeira necessidade e a segurança.
"Vamos respeitar todas as iniciativas de paz e claro temos que acompanhar a Fundalatin, que é a organização de maior prestígio que não faz parte da folha de pagamento do Departamento de Estado e da Usaid ( Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), diante da ação de outras organizações que dizem defender os Direitos Humanos e querem a guerra, querem o ódio, promovem a mentira (...) Aqui a América Latina defende a paz e isso é o que nós estamos promovendo", disse.
Diálogo, respeito e paz
Francis Álvarez do Movimento 23 de outubro também pediu que se mantenha o diálogo e a paz, e o respeito ao povo venezuelano.
"Nós quando cruzamos a fronteira temos sido embaixadores da paz, e por isso hoje exigimos o diálogo, o respeito e a paz. E fazemos um chamamento para a direita: lembrem das balas que não têm rosto, as balas que não tem nome nem marca política. A Pátria se defende, não se vende", afirmou.
A carta, dirigida ao embaixador Patrick Andrews, presidente do Conselho Permanente da OEA, alerta sobre a manipulação destes setores sobre temas importantes para o país, como o diálogo nacional, apoiado pelo Papa Francisco, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e os ex-presidentes Martín Torrijos, do Panamá; Leonel Fernández, da República Dominicana; e José Luis Zapatero, da Espanha.
Em junho do ano passado, a maioria dos países da OEA —com exceção dos Estados Unidos, Canadá e Guiana— descartaram a aplicação da Carta Democrática Interamericana contra o povo venezuelano porque não havia razões para isso. No entanto a Carta volta a ser utilizada novamente por setores da direita que tentam promover sua aplicação com apoio de uma Asembleia Nacional que atua em desacato contra as leis venezuelanas.