"Uma nova onda popular rebelde revolucionária dos povos da América Latina está surgindo e nada nem ninguém vai poder detê-la", disse o chefe de Estado em seu programa "Los Domingos con Maduro".
Maduro disse que a Venezuela, que enfrenta uma arremetida de setores pró-ingerencistas para abrir o caminho a uma intervenção por instâncias como a Organização dos Estados Americanos (OEA), está sendo submetida ao mesmo roteiro aplicado contra Cuba na década de 1960, quando trilhou um caminho político, econômico e social que não obedecia às ordens do império.
"Não expulsaram Cuba antes de 1961 porque tinham preparada a invasão, tomem nota. São outros tempos. Tinham (os Estados Unidos) a OEA aí no gatilho, porque pensavam tomar, ocupar, aí mesmo na Bahia de Cochinos, instalar um governo títere e toda a OEA ia reconhecer o governo títere, para isso é que mantinham Cuba, condenada mas não expulsa", explicou o presidente Maduro.
Ele alertou que no atual cenário, em que a OEA – através de seu secretário-geral, Luis Almagro– desconhece as ações constitucionais realizadas pelo governo venezuelano, visa criar o ambiente para gerar uma invasão no país, da mesma forma que fizeram em Cuba.
"Assim foi a história que hoje querem repetir, com outra América, muito distinta daquela, com vozes claras e rebeldes, e valentes, no Caribe, na América Central, na América do Sul. A Venezuela que não se deixa, nem se deixará submeter jamais", disse.
O presidente Nicolás Maduro também rechaçou as ações ingerencistas da Tríplice Aliança – formada por Argentina, Brasil e Paraguai– no Mercado Comum do Sul (Mercosul), que realizou uma reunião de chanceleres sem a presença da Venezuela, violando suas condição de Estado membro e sua plena capacidade jurídica dentro do bloco.
Maduro afirmou que espera conversar com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, a respeito da atitude do chanceler desse país, Rodolfo Nin Novoa, sobre a situação interna da Venezuela.
" (... ) Não posso entender como seu chanceler agride a Venezuela, coordena com o Departamento de Estado as posições contra a Venezuela, coordena com a embaixadora dos EUA em Montevidéu contra Venezuela, guardam silêncio", comentou.
O presidente venezuelano destacou ainda a permanente mobilização dos povos da Argentina e do Brasil, submetidos a esquemas neoliberais que estão destruindo as conquistas sociais alcançadas nas últimos anos.