"Tenho uma grande fé no exercício pleno de nossa soberania nacional sem aceitar chantagens, nem pressões e menos do imperialismo norte-americano. A Constituinte colocará ordem na justiça como está fazendo, na institucionalidade, no Estado, na economia e vai ser meu pivô, meu suporte fundamental para que nós terminemos 2017 com um bom nível de recuperação geral da sociedade, da política, da paz, que é o mais importante", afirmou durante entrevista ao programa "José Vicente Hoy", neste domingo.
Maduro lembrou que a decisão de convocar o poder originário no último 1º de maio aconteceu depois de três meses de violência opositora, que deixou um saldo de mais de 100 venezuelanos mortos.
"Foi algo muito bem pensado durante bastante tempo, porque é uma das possibilidades que tem aberta na nossa Constituição", disse, acrescentando que a ideia surgiu em 9 de dezembro de 2015, três dias depois das eleições legislativas que levaram a oposição a obter maioria parlamentar na Assembleia Nacional.
"Você é testemunha excepcional – recordou ao jornalista José Vicente Rangel- de como recebemos a notícia do resultado eleitoral daquela noite de 6 de dezembro de 2015, da clareza e da firmeza com que eu disse: Vamos reconhecê-los de imediato! E desde esse dia estive pensando em ativar um processo popular constituinte, mas sempre tentando regular o conflito histórico, pela via do diálogo político com a oposição e foi impossível", destacou.
O chefe de Estado afirmou que pensou na Constituinte como "uma liderança nacional, coletiva que representa todo um país, isso sempre com um líder central, neste caso cabe a mim neste momento, mas o líder central deve contar com uma liderança coletiva e compartilhada".
Ele destacou que a participação de mais de oito milhões de pessoas durante a eleição constituinte, celebrada neste 30 de julho, foi uma demonstração do heroísmo, amor e lealdade do povo.
Vitória nas regionais
Durante a entrevista, Maduro afirmou que as forças revolucionárias vão conseguir uma grande vitória popular nas eleições regionais previstas para outubro.
"Nós vamos rumo a uma grande vitória porque o povo quer paz, as pessoas querem governadores para consolidar a paz. As pessoas se cansaram de governadores como o de Miranda que sai às ruas para destruir e não governar", disse.
Ele explicou que a oposição, apesar de ter submetido o país a três meses de inestabilidade política com ações nas ruas, terminou reconhecendo o Poder Eleitoral com a inscrição de seus candidatos.
"Qual é o diagnóstico?", perguntou o mandátario. "Vamos ganhar os 23 governos estaduais deste país", assegurou.
Por outro lado, ratificou a disposição do Executivo de estabelecer um diálogo político permanente com os setores que fazem oposição ao chavismo, para consolidar "os anos que estão por vir como os anos de paz", e afirmou que a "pior política" que possa ter a oposição venezuelana é continuar subestimando o Executivo e o povo venezuelano.
O presidente disse que os ataques internacionais realizados contra a nação tentam frear o modelo humanista da Revolução Bolivariana. O governo mantém neutralizados três grupos que do exterior insistem em ameaçar a paz do país.
Ações econômicas
O chefe de Estado anunciou que nos próximos dias será anunciado um conjunto de ações para combater a especulação gerada pela guerra econômica de setores da direita contra a população.
Também reafirmou que o desenvolvimento da Agenda Econômica Bolivariana e seus 15 motores é " a estratégia correta da independência econômica para nos liberar da dependência do petróleo".