Edison Alvarado, um dos 545 membros do órgão plenipotenciário, disse que durante a campanha para a eleição dos constituintes em julho, se constatou que a população clama por justiça para alcançar a paz e o restabelecimento do sistema econômico.
Para combater a guerra econômica induzida por setores da direita é necessário "fazer uma revolução dentro da revolução" que permita encaminhar novamente o país rumo à independência.
"Sabemos que há problemas na sociedade pela especulação, não basta só a Sundde" porque os comerciantes se ajustam só quando representantes desta instância revisam seus locais, "tem que haver uma supervisão desde que a empresa manda o produto até o final, para evitar o bachaqueo (revenda de produtos a preços exorbitantes)", disse.
Segundo ele, não é possível que alguns mercados municipais sob a administração de representantes do Estado, para dar um exemplo de algumas irregularidades existentes, funcionem como epicentos de desestabilização.
"A ANC tem que ir até lá para acabar com o bachaqueo, porque ali é que vamos renovar o povo. Se existem falhas em algumas direções de nosso governo, temos que corregir, devemos assumir os erros", afirmou.
Diálogo no campo econômico
O combate do desabastecimento e a inflação, assim como o fortalecimento da produção nacional para o pleno acesso a bens, produtos e serviços essenciais são os temas debatidos atualmente pela Comissão de Economia Diversificada e Produtiva da ANC para dar resposta ao povo venezuelano, que compareceu às urnas há 36 dias.
Orlando Camacho, vice-presidente desta instância, afirmou que estão promovendo o diálogo produtivo "inclusive com pessoas que não votaram pela Constituinte, mas que querem a paz e resolver o tema econômico".
Camacho considera que a restituição do trânsito nas vias afetadas por grupos vandálicos entre abril e julho oferece tranquilidade a produtores, comerciantes e trabalhadores comprometidos com o desenvolvimento econômico da nação.
Tirsa Martínez, outra integrante da ANC, assegurou que o organismo não vai decepcionar a maioria dos venezuelanos que desejam ver a pátria consolidada como uma potência produtiva e não como uma nação sob a intervenção de agentes forâneos.
"A Venezuela não vai voltar ao passado, seguirá avançando apesar dos planos conspirativos", disse Martínez, destacando que as políticas sociais serão protegidas pela Constituinte, especialmente diante de setores que estimulam o bloqueio do país, como o governo dos Estados Unidos.
As políticas no âmbito econômico, social, cultural e político debatidas pelo órgão do Poder Originário são levadas ao Executivo nacional para gerar linhas únicas de ação, disse Martínez, acrescentando o compromisso em dar respostas às necessidades do venezuelano.
Ações por um país potência
Com a instalação no dia 4 de agosto, a Assembleia Constituinte começou a atender a população. Sua primeira ação foi a remoção do cargo da então procuradora-geral Luisa Ortega Díaz por sua ligação com uma rede de extorsão do Ministério Público (MP) ao lado do esposo, Germán Ferrer, e a inação ante atos terroristas executados pela oposição.
Para avanzar na paz, foi criada a Comissão da Verdade, Justiça, Paz e Tranquilidade Pública, para determinar as responsabilidades políticas e morais dos autores da violência política desde 1999 até hoje. O projeto de Lei Constitucional Contra o Ódio, a Intolerância e pela Convivência Pacífica, está sendo submetido à consulta pública.
Um dos maiores clamores da população é atendido pela Comissão de Economia Diversificada e Produtiva, que desenvolve estratégias para encaminhar o país rumo a um sistema pós-petroleiro que permita fortalecer a produção nacional através de alianças internacionais com países do mundo multipolar.
Além disso, a Constituinte aprovou um decreto de convocação ao diálogo Constituinte para a economia diversificada, tarefa com cinco linhas de investigação: Substituição do Petróleo como Fonte de Energia; Reservas Petroleiras da Venezuela; Reserva Energética dos Estados Unidos; Fundos de Inverstimentos que Impactem o Desenvolvimento da Indústria Petroleira Mundial e Partidos Laboratórios versus Estado Nação.
Sobre o funcionamento do Estado, foram aprovados normas de convivência com os Poderes Constituídos. Quatro reconhecem o caráter plenipotenciário da ANC: o poder Executivo, Eleitoral, Cidadão e Judiciário, enquanto se pediu ao Legislativo -em desacato- que retome seus trabalhos conforme determina a Constituição.