A carta, de 4 de janeiro deste ano, foi divulgada pelo blog "Descobrindo Verdades", de Percy Alvarado Godoy, autor de origem guatemalteco que se caracteriza por publicar arquivos e documentos que mostram as agressões de setores imperiais.

Payá contou a Almagro que conversou com o senador estadunidense, Marco Rubio, que lhe manifestou a disposição de continuar apoiando sua organização e seu trabalho, "mas tive certeza que a máxima prioridade agora não é Cuba mas a Venezuela".

Ela acrescentou que Rubio, "foi enfático quando disse temos que conseguir por qualquer via a derrubada do governo venezuelano. Com a saída de Maduro do poder-disse- também damos um importante passo estratégico em direção à conquista da liberdade de Cuba".

A presidenta da JuventudLac assegura a Almagro que Rubio fez o seguinte comentário: "continuará utilizando todo seu poder de influência na administração norte-americana para incrementar as pressões e denúncias contra o ditador Nicolás Maduro, já sejam diretamente ou através do Grupo de Lima. Que neste sentido toda ação da JuventudLac será bem recebida".

Na carta para Almagro, Payá diz que a organização que preside lançaria no começo de fevereiro no Chile uma campanha de coleta de assinaturas com o lema "quem os convida é cúmplice" onde solicitariam ao governo desse país que não convidasse os presidentes de Cuba e Venezuela, Raúl Castro e Nicolás Maduro, respectivamente, para a posse de Piñera que aconteceu em 11 de março.

Sobre o tema, Payá comentou para Almagro que Rubio "considerou uma boa iniciativa que poderia servir de precedente para conseguir impedir a presença dos dois na cúpula".

Como prometido, JuventudLac lançou em fevereiro a campanha no Chile, publicou a agência EFE naquela oportunidade.

Peru não é o país idôneo para a cúpula

Na carta, a presidenta da organização próxima a governos de direita da região e que é financiada segundo Godoy, pela Agência Central de Inteligência ( CIA), e a Fundação Nacional para a Democracia (NED), comenta mais aspectos que supostamente foram resultado de conversas entre ela e Rubio, onde menciona o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, que renunciou em março por ligações com casos de corrupção.

"Coincidiu comigo em que Peru não é o país idôneo para ser anfitrião desta cúpula, mas que o Departamento de Estado está preparado para manejar esta situação", afirma a carta.

Manifestou ainda para Almagro que Kuczynski além de ser uma aliado dos EUA é "uma pessoa que eles podem manejar e pressionar, se for necessário para que siga atuando contra a Venezuela".

"Como o senhor, Marco Rubio sabe que todos estes presidentes da América Latina são uns corruptos mas temos que seguir utilizando eles enquanto sejam úteis contra Venezuela e Cuba".