Um estudo realizado pela empresa Consultores 30.11, coordenada pelo analista e professor German Campos, aponta que, após 19 anos de governos chavistas e mais de 20 vitórias eleitorais, a maioria absoluta da população venezuelana tem acordo em seguir construindo um país socialista.
Realizada entre os dias 15 e 24 de março de 2018, a pesquisa foi feita em 16 dos 23 estados da Venezuela, contanto com a participação de 1.700 entrevistados e possuindo um nível de confiança de 95%, segundo a Consultores 30.11.
Diante da seguinte pergunta “Com a proposta do presidente Chávez de construir uma Venezuela socialista, você está: muito de acordo, de acordo, em desacordo ou em muito desacordo?”, a pesquisa demonstrou que 50,5% da sociedade, ou seja, a maioria absoluta, está de acordo com a construção do socialismo no país. Já o nível de desacordo ficou em 29,1%, enquanto que 10% não tem acordo nem desacordo, 6,2% disse que depende e 4,2% não souberam responder.
Com relação as intenções de voto para as eleições presidências que ocorrerá no próximo dia 20 de maio, a pesquisa revela que Nicolás Maduro (PSUV) possui 41,8% das intenções de voto contra 27,1% do segundo colocado Henri Falcón (Avanzada Progresista), enquanto que 3,2% disseram que votam em Javier Bertucci (Esperanza por el Cambio); 22,1% disse não votar em nenhuma das opções; 3,5% disseram não saber e 2,3% disseram que votam em outros candidatos.
Na pesquisa espontânea, quando a pergunta é feita de forma aberta, sem citar quais são os candidatos em disputa, o nome de Nicolás Maduro aparece em primeiro com 34,7%, acompanhado pelo segundo colocado Henri Falcon com 18,5%, Lorenzo Mendonza (sem partido) com 7,8%, Javier Bertucci com 2,6%, Outros 3,1%, Nenhum 24,9%, Não sabe 8,4%.
Perguntados sobre a necessidade de uma mudança de governo, 35,9% dos entrevistados afirmaram que gostariam da continuidade do governo de Nicolás Maduro, enquanto que 30,8% afirmou que quer uma mudança de governo, 22,5% disse que depende e 10,8% não soube responder.
A pesquisa revela também que 32,2% dos entrevistados acredita que a situação da Venezuela melhorará nos próximos anos, enquanto que 26,1% acredita que permanecerá igual e 24,2% acredita que a situação do país piorará.
Quando perguntados sobre as causas da situação econômica do país, 38,1% dos entrevistados afirmaram que as políticas econômicas do presidente Nicolás Maduro explicam melhor a causa principal da crise econômica. Enquanto que 29,7% concordam que a guerra e o bloqueio econômico ao qual a Venezuela está submetida explicam melhor a situação do país; 18,9% acreditam no conjunto das duas opções anteriores; 7,1% não acredita em nenhuma opção e 6,2% não soube responder.
Com relação a participação no processo eleitoral, 56,8% disseram que com certeza votarão, 12,5% disse que provavelmente votará, 10,3% disse que provavelmente não vota e 20,4% disse que com certeza não votará (o voto não é obrigatório).
Diante de um cenário político onde as forças conservadoras se recompõem nas estruturas de poder, implementando novamente o projeto neoliberal em diversos países latino-americanos, o convencimento da maioria absoluta da população venezuelana em dar continuidade à transição a uma sociedade de caráter socialista representa uma vitória importante do chavismo e de todos os povos em luta na América Latina.
Apesar do difícil momento econômico pelo qual passa a Venezuela, fruto principalmente de ingerências norte-americanas, o convencimento da sociedade rumo a construção do socialismo é fruto de uma politização popular e massiva assentada no pensamento Bolivariano (igualdade, liberdade e integração latinoamericana), Zamorano (união cívico-militar) e Robinsoniano (educação popular) proporcionado e desenvolvido durante os governos chavistas.
O processo de politização da sociedade foi capaz de recuperar o conceito de nação e de orgulho nacional, no sentido da luta e da garantia de direitos sociais e da redistribuição justa das riquezas do país. O chavismo colocou em prática uma “política de libertação” onde o povo, dotado de consciência política, é autor de seu próprio destino.
Após 5 anos da morte de Chávez, o chavismo demonstra que segue mantendo as condições de garantir autonomia, soberania nacional e democracia participativa para os cidadãos do país, mesmo estando inserido em um contexto de guerra não-convencional e submetido aos seus mais variados ataques, seja através de sabotagens, sanções econômicas e ameaças de guerra, na maioria das vezes advindas da Casa Branca.
*Caio Clímaco – militante da Consulta Popular, cientista do Estado e mestrando em Ciencias para el Desarrollo Estrategico pela Universidad Bolivariana de Venezuela (UBV).