Foi uma mulher a frente de seu tempo, e pese o sofrimento que enfrentou ao longo de sua vida, nunca teve tempo para se render. Quando criança contraiu poliomielite, uma enfermidade infecciosa provocada por um vírus que ataca a medula óssea e causa atrofia muscular e paralisia.
Aos 18 anos sofreu um grave acidente de trânsito e fraturou a coluna vertebral e a pélvis. A impossibilidade de ter filhos e mais de 30 operações foram algumas das dificuldades com as que teve de lidar ao longo de sua vida.
Quando tinha 22 anos se casou com o muralista Diego Rivera, de 42 anos. tempos depois se divorciou e voltou a casar-se com ele novamente. Sua história de amor o artista foi qualificada por muitos como “grotesca”. “Ser a mulher de Diego é a coisa mais maravilhosa do mundo. Eu o deixo livre com outras mulheres. Diego não é o marido de ninguém e nunca será, mas é um grande companheiro”, dizia Frida.
A arte a vida
Frida pintou seus primeiros quadros prostrada em sua cama. No quadro Retablo, a artista imprimiu o acidente que sofreu aos 18 anos quando voltava do colégio.
Da mesma forma pintou inúmeros auto-retratos. “Pinto a mim memsa porque passo muito tempo sozinha e porque sou a pessoa que melhor conheço”, explicava. Retratou seu primeiro aborto em uma de suas obas mais emblemáticas, Henry Ford Hospital, em 1932.
Suas primeiras exposições não foram realizadas no México, mas em Nova York e em Paris, onde conheceu o escritor, poeta e ensaísta francês, André Breton, o teórico do surrealismo.
A obra de Frida sempre foi etiquetada como surrealista e mesmo Breton a qualificou assim. Ela, claro, nunca admitiu. “Pensaram que eu era surrealista, m as nunca o fui. Nunca pintei meus sonhos, só pintei minha própria realidade”, disse em uma ocasião a artista.
Frida, o símbolo do feminismo
Ao longo de sua vida, Frida forjou a imagem de uma mulher independente, decidia, autônoma e despojada das convenções sociais. Em sua obra é possível ver impressa sua identidade feminina que a levou a se converter num símbolo do feminismo de sua época.
Ela rompeu com os padrões estéticos impostos em uma época dominada pelo machismo. Com sua maneira peculiar de se vestir também se fez notar por meio de suas roupas típicas das mulheres de Tehuantepec, região do estado mexicano de Oaxaca.
“Se fala sobre o fato de ela não ter se relacionado apenas com Diego, mas também com outros homens e com mulheres. Isto só uma mulher ambivalente pode fazer, uma mulher com várias personalidades e que rompe e isso é fundamental para que seja retomada como um ícone”, explicou a historiadora Laura González Matute.
Inspiração para além da arte
Frida tem sido motivo de inspiração para outros artistas. Em maio de 2015 a galeria Mark Miller, em Nova York, abriu a mostra A Nova York de Frida Kahlo, com obras do desenhista mexicano Felipe Galindo, mais conhecido como Feggo. A série combinou inúmeros elementos simbólicos da obra de Frida com figuras próprias de Nova York, como uma forma de fazer uma homenagem ao encontro entre a artista mexicana e a cultura norte-americana.
No mundo do cinema duas películas homenageiam a artista. Em 1983 estreou Frida: natureza viva, uma obra mexicana dirigida por Paul Leduc e protagonizada pela atirz Ofelia Medina. A maioria das cenas foram gravadas no lar de Frida conhecida como Casa Azul e que agora funciona como um museu sobre a artista.
Em 2002 estreou o filme Frida, baseado no livro que a professora Hayden Herrer escreveu sobre a vida da artista. A atriz mexicana Salma Hayek deu vida à Frida.
Do Portal Vermelho, com Telesur