Nesta quarta-feira, concentra a atenção midiática a recente declaração do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a respeito da possibilidade de interromper a emissão de capitais ao Parlamento (de maioria opositora), por violar a constituição e desacatar de maneira contínua as decisões do poder judicial.
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Desta maneira, referiu-se à fraude cometida no processo para ativar o referendo revogatório e à juramentação como deputados de três candidatos de Amazonas, vetados por uma sentença cautelar do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), em virtude de irregularidades nas eleições parlamentares de dezembro passado.
Ontem, durante a 62a emissão do programa Em contato com Maduro, transmitido pela Venezuelana de Televisão, o chefe de Estado declarou que solicitou assessoramento legal para adotar uma posição definitiva a esse respeito.
Iniciei uma consulta com a Controladoria Geral e o TSJ, porque como chefe da Fazenda Pública Nacional não devo depositar recursos em uma Assembleia que age à margem da Lei, anunciou.
Nem um centavo irá para lá (se a Constituição o permite), não vou me intimidar, os recursos públicos devem ser utilizados para o bem-estar coletivo, não para instituições que desacatam as legislações e desrespeitam o povo, assegurou.
Maduro esclareceu que, em qualquer circunstância, os trabalhadores receberão seus salários por meio de um depósito direto, porque não são responsáveis pelos despropósitos do presidente da AN, Henry Ramos Allup, e lhes garantirá todos os seus direitos.
Embora este contexto de tensão entre os principais atores políticos da nação sul-americana esteja em vermelho nas agendas dos meios de comunicação, no turbilhão das notícias aparecem também as gestões governamentais para proteger a estabilidade social e superar a atual crise econômica.
Nesse sentido, ressaltam as nomeações de dois novos ministros em pastas vitais, com o propósito de fortalecer projetos e programas revolucionários, com objetivos socialistas.
O chefe de Estado convocou a consolidar medidas econômicas a favor do povo, depois de anunciar a designação de Carlos Farías como titular do Ministério de Indústria e Comércio, e de Ricardo Molina para dirigir o Ministério de Transporte e Obras Públicas.
Assim, explicou, se estabelece uma direção mais capaz para conseguir maior integração na dinâmica econômica e produtiva, eixos do modelo que constrói o país em substituição do rentista petroleiro (dependência do preço do petróleo no mercado internacional).
A esse respeito, assinalou que se aproximam complicados desafios a partir da criação e implementação da Grande Missão Abastecimento Soberano e Seguro, dirigida a satisfazer as crescentes demandas da população de acessos a produtos, bens e serviços.
Do teatro Junín, no centro desta capital, o também presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela nomeou o Major General da Guarda Nacional Bolivariana, Néstor Reverol Torres, como ministro do Interior, Justiça e Paz.
A propósito, comunicou que com Reverol Torres a Operação de Libertação e Proteção do Povo (OLP) iniciará uma nova etapa na união civil-militar, para combater os bandos criminosos do país.
Reverol, com sua experiência, fortalecerá as operações da OLP para garantir a paz e trabalhar em uma pátria segura, afirmou.
Além disso, manifestou que o Governo intensificará a luta contra os bandos militares, o paramilitarismo e as redes de narcotráfico, no meio de uma etapa de alto impacto contra o crime organizado.
É hora de golpear todos os chefes de organizações criminosas que roubam, sequestram e matam nosso povo ao longo e largo do país, sentenciou.