Por Anisio Pires*
A situação é muito complicada. A possibilidade de que chegue à presidência do Brasil um obscuro personagem que representa o pior do pior, é preocupante. Abertamente defensor da tortura, descaradamente racista, homofóbico e capaz de dizer a uma deputada frente às câmaras que “não a estuprava porque não valia à pena”, este indivíduo defende que a população se arme para enfrentar à delinquência do mesmo modo que os amigos da “Sociedade Nacional dos Rifles” nos EUA. Mas é pior. Em um encontro recente com mil empresários que fervorosamente o aplaudiram, defendeu sua proposta para acabar com a criminalidade, a qual ele chama ao estilo nazista, “A solução Final”. Propôs sobrevoar com helicóptero um bairro popular (A Rocinha) e lançar milhares de panfletos pedindo aos bandidos para se entregarem em um prazo de 6 horas. Caso não saíssem, daria então a ordem de entrar e metralhar sem misericórdia. O que é mais terrível: que o tenha dito ou que o tenham aplaudido?
[Eduardo Vasco] No regime burguês, todas as eleições, mesmo nos países mais democráticos, são sempre controladas pelos capitalistas. Ainda mais no Brasil, um país da periferia com uma democracia burguesa atrasada – como não poderia deixar de ser – não houve sequer uma única eleição que não tivesse sido fraudada. Após o golpe que derrubou Dilma Rousseff (PT) da presidência, em 2016, ficou claro que a burguesia iria endurecer o controle sobre todas as instituições do Estado. E foi isso que ela fez, colocando tudo sob o controle da direita golpista e pró-imperialista: Judiciário, Executivo, Legislativo, Forças Armadas, polícias e imprensa.
A frente única jurídico-golpista, que legitimou o golpe contra o governo eleito através do fraudulento impeachment que depôs Dilma Rousseff, acaba de desfechar mais um golpe contra a vontade soberana de mais de 40% do eleitorado nacional.
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