A precarização crescente das relações de trabalho leva a que o risco de pobreza de trabalhadores entre os 18 e os 24 anos seja de 12,5%, enquanto para os trabalhadores entre 55 e 64 anos é de 8,8%. O risco de pobreza dos trabalhadores a tempo inteiro é de 8%, dos trabalhadores a tempo parcial de 15,8%. A desigualdade entre o quintil mais baixo e o mais alto é de 4,1 na UE. Em Portugal é de 5,4.
Na UE28, em 2017, 8,1% das famílias não tinham capacidade para aquecer adequadamente a sua habitação; 30,9% não tinham condições para pagar 1 semana de férias por ano (em Portugal 44,3%); 8,4% não conseguia fazer uma refeição de qualidade dia-sim dia-não; 9,3% tinha pagamentos em atraso de despesas de habitação desde 2003; 7,8% dos lares tinha grande dificuldade em sustentar-se (15,2% em Portugal); 35,6% não tinha condições para qualquer actividade de lazer; 26,5% dos lares tinham pesados encargos com prestações e hipotecas; 5,8% não têm meios para se deslocar em transporte público; 25,5% não têm condições de substituir roupas usadas por novas; 13,1% das habitações têm coberturas com infiltrações, paredes, pavimentos e alicerces húmidos, madeiras apodrecidas em janelas e soalhos (em Portugal 25,5%).
Seria desnecessário ir ao Eurostat para constatar a dimensão da fractura económica e social existente. A exploração, a pobreza e a desigualdade explodiram após a queda da União Soviética. O capitalismo julgou-se à vontade e sem alternativa. Mas a alternativa surgirá precisamente do carácter intolerável do próprio capitalismo. E da imparável luta dos trabalhadores e dos povos.