[Alexandre Pimenta] Isabelle Stengers, em seu No tempo das catástrofes, recupera uma noção essencial de Rosa Luxemburgo para pensarmos o hoje: a barbárie. Tal noção não se refere apenas à odiosa tendência à guerra perpétua do capitalismo em sua fase imperialista, que, por si só, tem como horizonte a desolação de uma nova Roma a ruir. Isso não a diferenciaria de um humanista qualquer. A barbárie, para Rosa, diz respeito diretamente à incapacidade das classes revolucionárias de imporem fim ao caos imanente à ordem do capital, prolongando-a assim ao infinito. “Milhões de proletários de todas as línguas caem no campo da vergonha, assassinam seus irmãos, rasgam a própria carne com um canto de escravos nos lábios”. Eis a imagem da verdadeira barbárie.
[Rafael Silva] “Besteira pouca é bobagem”, diz um provérbio português, que nesses nossos tempos de cotidianização de atentados terroristas bem poderia ser parafraseado da seguinte maneira: 'barbárie pouca é bobagem'. Quem iria imaginar que no cume de sua civilização o ser humano fosse ressuscitar de forma tão banal modos tão primitivos de ser no mundo?
Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.
Contacto: diarioliberdade [arroba] gmail.com | Telf: (+34) 717714759