Dezenas de policiais da tropa de choque utilizando balas de borracha, bombas e gás lacrimogêneo, além de caminhões blindados, entraram violentamente na ocupação onde estavam cerca de 700 famílias (3 mil pessoas). A área pertence a dois terrenos particulares e um terreno da prefeitura, e estava abandonada há mais de quarenta anos, segundo contou um morador à Rede Brasil Atual.
A repressão pegou os ocupantes desprevenidos. Alguns tentaram armar barricadas, mas houve feridos, inclusive animais, e pessoas passaram mal devido ao gás lacrimogêneo.
Guilherme Boulos, coordenador do MTST, foi preso por desobediência. O movimento sem teto chamou a prisão de “injusta” e denunciou que policiais o haviam ameaçado afirmando que tinham gravações da participação de Boulos em atos pela renúncia do presidente Michel Temer, o que não constitui qualquer crime, mas a ação da PM fere o direito de liberdade de expressão, segundo o MTST. A organização denunciou ainda que policiais disseram a Boulos que ele estaria “marcado”.
Boulos foi levado ao 49º Distrito Policial para prestar depoimento por defender as famílias contra a repressão da reintegração de posse. Diversos movimentos e coletivos se solidarizaram com o MTST e seu coordenador.