O documento, datado de 25 de outubro de 1985 e disponibilizado no final de 2016 no site da CIA, destaca que FHC “recebeu significativo apoio financeiro de um grupo de empresários de São Paulo”, de acordo com a embaixada estadunidense no Brasil. Entre esses empresários, estavam “membros da grande mídia”.
Entretanto, o relatório não cita quais seriam esses empresários nem as quantias doadas.
Na época, Cardoso era o líder do PMDB no Senado Federal e licenciou-se de seu cargo para concorrer à Prefeitura da cidade de São Paulo. Porém, ele acabou perdendo a disputa para Jânio Quadros, em 15 de novembro do mesmo ano.
Segundo a embaixada dos EUA, os empresários viam FHC como o principal nome do PMDB para a posterior disputa pelo Governo do Estado de São Paulo e, depois, pela Presidência da República.
O apoio a Fernando Henrique era uma estratégia para dividir o eleitorado com inclinações para a esquerda em um possível confronto com Leonel Brizola nas eleições presidenciais.
“Embora suas visões esquerdistas dificilmente sejam compatíveis com aquelas dos empresários conservadores, eles veem Cardoso como a alternativa mais elegível ao mais radical Brizola”, relata o informe.
Em 1988, o político deixou o PMDB para se juntar ao PSDB, do qual foi um dos fundadores. Posteriormente, foi presidente da República em dois mandatos consecutivos (1995-2003) e ainda hoje é uma das figuras mais influentes de seu partido.
O Diário Liberdade tentou entrar em contato com a Fundação Fernando Henrique Cardoso, mas não obteve resposta.
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