O comando será coordenado por um dirigente de cada central e contará também com a participação de entidades estaduais não filiadas às centrais e movimentos sociais. Haverá reuniões diárias a partir da próxima segunda-feira (17), na sede da CTB-RS, para intensificar a organização do movimento na capital gaúcha. Esse modelo será igualmente montado em cidades do interior do Estado para fortalecer ações unitárias.
“A Greve Geral é uma pedra preciosa para ser lapidada e, passada a Páscoa, teremos apenas oito dias úteis para isso, a fim de criar o clima e a mobilização para parar o Rio Grande do Sul contra as reformas do golpista Temer, que acabam com a aposentadoria e a CLT”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Mobilização no Aeroporto contra a reforma trabalhista
Na próxima segunda e terça-feira (18), a partir das 5h, as centrais estarão no Aeroporto Internacional Salgado Filho para pressionar os deputados federais, especialmente os que integram a comissão especial do PL 6787/16, que trata da reforma trabalhista. O parecer do relator, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), que prevê o negociado sobre o legislado, o trabalho intermitente e a terceirização, rasgando direitos hoje garantidos na CLT.
Há três deputados gaúchos apoiadores do governo Temer que são titulares na comissão: Jerônimo Goergen (PP), Jones Martins (PMDB) e Mauro Pereira (PMDB). E há dois suplentes: Alceu Moreira (PMDB) e Covatti Filho (PP). O deputado Assis Melo (PCdoB) é também suplente, mas integra a bancada da oposição ao governo.
Para Claudir, “a lista do Fachin, que pede investigações de oito ministros, 24 senadores, 39 deputados e três governadores envolvidos em denúncias de corrupção, compromete o governo Temer, que, além de ilegítimo, não tem qualquer condição para aprovar reformas, que deveriam ser retiradas do Congresso Nacional e somente poderiam ser discutidas por um governo eleito democraticamente”.
No entanto, observou o dirigente da CUT-RS, “as federações empresariais, financiadoras do golpe, estão tapando o nariz e não param de cobrar a fatura dos parlamentares, exigindo a aprovação das reformas para tirar direitos dos trabalhadores e aumentar os seus lucros”.
“Avisamos que as eleições de 2018 estão se aproximando rapidamente e que estamos marcando na paleta quem votar contra os trabalhadores, para que os traidores sejam varridos nas urnas”, frisou Claudir.
Assembleias, comunicação e panfletagens
As centrais reforçaram também a orientação aos sindicatos para que realizem assembleias dos trabalhadores para deliberar pela participação na Greve Geral. Para Claudir, “o que é perder um dia para quem está perdendo o futuro”. Já houve várias assembleias, todas votando a favor da paralisação, enquanto outras acontecerão na próxima semana.
“Foi decidido também investir pesado na comunicação para romper a manipulação da mídia tradicional e dar visibilidade ao movimento”, destacou o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr. Além de faixas, cartazes e panfletos, haverá áudio para carros de som e mensagens nas mídias sociais, bem como coletivas de imprensa em Porto Alegre e nas cidades do Interior.
Uma barraca será erguida diariamente na Esquina Democrática, no centro da Capital, com revezamento das centrais, para divulgar a paralisação e distribuir panfletos à população. Uma grande panfletagem será promovida na próxima quinta-feira (20), véspera do feriadão de Tiradentes, na Rodoviária.
Rodoviários, metroviários e aeroviários estão na Greve Geral
Ao final, as centrais realizaram uma reunião específica com dirigentes sindicais do ramo do transporte. Rodoviários, metroviários e aeroviários anunciaram que já decidiram participar da Greve Geral de 28 de abril. Os ferroviários também serão procurados para ampliar o movimento.
“A paralisação do transporte é muito importante, pois é um setor estratégico, mas precisamos engajar todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras dos setores público e privado, do campo e da cidade, para que ninguém trabalhe no dia 28 de abril e faça a sua parte na Greve Geral contra as reformas do Temer”, enfatizou o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antônio Güntzel.
O presidente da CUT-RS salientou que “não temos outra saída a não ser parar o Brasil para derrotar as antirreformas do governo Temer”. Para ele, “precisamos construir um movimento forte, coeso, amplo, unificado e vitorioso”.
Agenda de mobilização das centrais
17/4 – 5h: início da mobilização no Aeroporto Internacional Salgado Filho para pressionar os parlamentares antes da viagem a Brasília;
17/04 – 9h: início das reuniões diárias do Comando da Greve Geral, na sede da CTB-RS, em Porto Alegre;
18/04 – 8h: início da montagem diária da barraca das centrais na Esquina Democrática, em Porto Alegre;
19/04 – 10h: reunião das centrais com movimentos sociais, estudantis e comunitários, na sede da Fecosul, em Porto Alegre;
20/04 – 15h: panfletagem unitária na Rodoviária de Porto Alegre;
26/04 – 9h: plenária das centrais sindicais, no auditório do SindBancários, em Porto Alegre;
26/04 – 11h: coletiva de imprensa das centrais sindicais, no SindBancários, em Porto Alegre;
28/04 – Greve Geral.
1º de maio – Ato unitário das centrais sindicais em Porto Alegre