Uma nova onda de ocupações toma conta do país, até o momento de fechamento dessa nota, contabilizamos 200 escolas e 2 universidades ocupadas contra a reforma do ensino médio e os ataques do governo golpista de Temer, como a PEC 241, que congela os gastos em saúde e educação. No Paraná são 100 escolas ocupadas e uma universidade, no Rio Grande do Sul sete ocupações, cinco no Rio Grande do Norte, duas em Minas Gerais, uma em Goiás, Mato Grosso, Brasília, São Paulo, Alagoas e Pernambuco, que também conta com outra universidade ocupada.
Conforme colocamos em outro artigo, a juventude mais uma vez mostra o caminho da luta contra os ataques do governo golpista de Temer. Com muita disposição e resistência, esses jovens vêm mostrando como o momento aberto por junho de 2013 não se fechou com o golpe institucional que se consolidou em nosso país. E que apesar de um relativo fortalecimento da direita, na superestrutura política após as eleições, segue-se aberto o cenário de crise orgânica, sendo a juventude uma peça chave na expressão desses novos fenômenos.
O governo golpista de Temer pretende aprovar uma série de medidas que vão atacar ainda os direitos da população, principalmente da classe trabalhadora e da juventude. Projetos como a PEC 241, a reforma do ensino médio, a reforma da previdência e dos direitos trabalhistas, são essenciais para que a burguesia consiga implementar seu projeto de que a crise seja descontada nas nossas costas. E para isso precisam de combater também no campo ideológico com o Escola sem Partido e a retirada do debate de gênero e sexualidade das escolas. Buscam coibir a liberdade de pensamento entre os jovens porque temem que esses se levantem contra seus ataques.
Não foi um mero acaso que um dia após assumir como interino golpista, Temer tentou disciplinar pela repressão os estudantes secundaristas que se colocavam em luta naquele momento. Sabia que a juventude poderia ser um polo de resistência a seus ataques e por isso mesmo era necessário calar a nossa voz. Contudo os planos do golpista não saiu como esperado e agora mais uma vez uma onda de ocupações toma conta do país. É a juventude mostrando que vai lutar contra os ataques, que não aceitaremos os ajustes da crise criada pelos capitalistas.
Essa juventude que hoje se coloca em luta é parte de uma geração que cresceu sob o auge do lulismo e viu como o projeto de conciliação de classes petista só serve para abrir caminha a direita reacionária e conservadora. Uma geração que saiu às ruas em junho ou é fruto desse momento, e por isso mesmo tem a consciência de que esse sistema de dominação e exploração não dá mais. Para que possamos efetivamente derrotar os ataques do governo golpista precisamos nos colocar desde uma perspectiva anticapitalista, sabendo que o problema não está só em quem governa, mas sim em todo esse sistema feito para os ricos e poderosos, na onde os jovens e a classe trabalhadora não têm vez.
Com a força e a disposição de luta dessa geração que luta sem temer, que ocupa as escolas, as universidades, as ruas e a política nós podemos construir um forte movimento capaz de barrar os ataques que estão por vir. Apontando para uma perspectiva de acabar com todo esse sistema que nos oprime e explora todos os dias, lutando pelo nosso direito ao futuro, pelo nosso direito a uma vida plena em todos os sentidos.