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Diário Liberdade

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[Felipe Milanez] Cacique babau e Victoria Tauli Corpuz: a relatora da ONU vê com preocupação a configuração do novo governo. Divulgação / Cimi.

Publicado em Brasil
Quarta, 18 Mai 2016 12:26

Contra o golpe, qual o melhor afeto?

[Rafael Silva] Tristeza é o sentimento confesso de grande parte dos brasileiros diante do golpe de estado dado pelo “PMSDB” (o Frankenstein antidemocrático formado pelo PMDB e pelo PSDB). Tristeza maior, todavia, é que seja justamente tristeza o afeto mais afirmado em resposta ao golpe. Sentir outra coisa porventura é possível nesse momento? Como não estarmos tristes perante tamanho assalto? Mais ainda, poderia a alegria ser de alguma serventia contra os golpistas? Baruch Spinoza, o filósofo dos afetos, pode mostrar que sim, e como.

Publicado em Opiniom Própria

[Rafael Silva] Um governo é um projeto de sociedade. E a “cara” desse governo está em todo e cada ato dele, inclusive na publicidade que o inaugura. O logotipo-lema com o qual um governo se apresenta à sociedade já diz quem ele é e com quem deseja falar. Nesse momento brasileiro de transição de governos, somos apresentados ao logotipo-lema do governo -golpista- de Michel Temer que, ilegitimamente, afastou o governo Dilma Rousseff, que, outrossim, iniciou seu governo com seu logotipo-lema próprio. Então, vale analisar a primeira “cara” com que cada um deles se apresentou à sociedade brasileira, suas logo-lemas inaugurais, pois já aí podemos ver o que está e o que não mais está em jogo na mudança de projeto de sociedade que golpe o tupiniquim inaugura.

Publicado em Opiniom Própria
Domingo, 15 Mai 2016 01:28

Tiraram Dilma para Cristo

[Rafael Silva] “Honesta, Dilma pode ser afastada por criminosos”, dizia o The new York times em 13 de abril de 2016. E foi! Um mês depois da manchete do jornal americano, em 13 de maio, a presidenta democraticamente eleita pelo voto direto de 54.501.118 de cidadãos brasileiros está afastada. Nem foi difícil. Bastaram precisos 422 votos golpistas -367 de deputados federais e 55 de senadores da república- para anular os mais de 54 milhões de votos com os quais Dilma se elegeu. Os vitoriosos votos golpistas são pouquíssimos, porém, temos de reconhecer, têm poder: o poder da velha oligarquia política-econômica tupiniquim.

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[Jefferson Pecori Viana*] A nomeação de José Serra para a condução do Ministério de Relações Exteriores (MRE) representa uma ruptura com a tradição diplomática brasileira de ter à frente de suas relações internacionais profissionais com histórico de carreira e competência na área internacional, tradição esta ampliada na gestão de Lula e Dilma, nas quais não apenas o cargo de Chanceler de Relações Exteriores fora concedido a partir de características técnicas-políticas, mas também a mesma regra para a enorme maioria de nossas Embaixadas. Portanto, José Serra como Chanceler brasileiro representa, mais além da ruptura mencionada – que caracteriza uma verdadeira “deformação técnica” para o Itamaraty – uma ação estratégica do Presidente Interino, Michel Temer, para conciliar em torno de si parte da oposição que tornou possível o impedimento da presidenta Dilma e, ao mesmo tempo, um passo estratégico do projeto eleitoral do PSDB-paulista para as próximas eleições presidenciais.
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Sexta, 13 Mai 2016 17:04

O golpe e a ponte para o passado

[Elaine Tavares] O golpe judiciário/midiático consolidado nessa quarta-feira, dia 11 de maio, no Brasil, encerra um ciclo na América Latina, que ficou marcado pela presença poderosa e carismática de Hugo Chávez. Liderança inconteste de transformações populares no continente, Chávez alavancou um período histórico para as gentes dessa parte do mundo. Participação protagônica, soberania, cooperação, solidariedade, elementos fundamentais para a organização de outra forma de viver. Não foi sem razão que o combate contra suas ideias foi igualmente poderoso e, passo a passo, consolidou a derrota da ideia generosa da pátria grande, trazida ao sul do mundo outra vez. A primeira fora com Bolívar, também derrotado pela sede de poder particularista de seus generais.

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[Rafael Silva] O novo golpe da velha oligarquia brasileira contra a presidenta democraticamente eleita, que, hoje, 12 de maio de 2016, afasta-a oficialmente do seu cargo por seis meses, não faz de Dilma Rousseff a maior vítima desse momento farsesco. A atual senhora, que quando jovem foi torturada pela ditadura militar por lutar pela democracia, outro destino não terá senão a absolvição histórica. As maiores vítimas, na verdade, estão antes e depois dela: em uma ponta, os 54.501.118 de cidadãos que votaram em Dilma e no seu projeto de país, e, na outra, a própria democracia. Eu, cidadão brasileiro que votei em Dilma, não tenho como deixar de pensar e sentir que o golpe é contra mim.

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O Movimento Mães de Maio é formado pelas mães e familiares das vítimas de violência policial, executadas na retaliação aos ataques do PCC.

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Domingo, 24 Abril 2016 01:05

Para além da primeira pedra

Certo dia, um Galileu se deparou com dezenas de homens tentando apedrejar uma mulher acusado-a de adultério. Em ato contínuo o Nazareno tomou uma pequena vara e escreveu na areia o nome dos homens que haviam se deitado com aquela mulher. Por razões óbvias, nenhum ousou atirar a primeira pedra. Na América Latina, vivemos algo parecido com a artificialização das polarizações que nos encaminha a bifurcações perigosas.

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