Novamente agosto está sendo um inferno de fogo. Atualmente a vaga afeta boa parte das comarcas do sul da Galiza, mas afeta a boa parte do território nacional. O lume destrói plantaçons de eucaliptos, montes arvorados, campos de cultivo, casas, património arqueológico, dificulta e mesmo bloqueia o transporte cortando estradas, caminhos de ferro e outras vias de comunicaçom ...
O governo autonómico e espanhol responsabiliza por esta vaga incendiária às altas temperaturas e a existência de desalmados inendiários.
Sem lugar a dúvidas a mudança climática global favorece a expansom dos incêndios florestais, mas o fenómeno obedece a um modelo económico curtoprazista, esbanjador dos recursos naturais e depredador com o povo trabalhador.
Agora Galiza insiste -tal como vem defendendo historicamente a esquerda independentista e socialista galega-, que os incêndios florestais respondem a causas estruturais que pouco ou nada mudárom nas última décadas.
Um modelo de capitalismo dependente que provocou a destruiçom do setor primário, o despovoamento e abandono do rural, e o desenvolvimento dumha economia de enclave ao serviço do imperialismo.
Os interesses especulativos que pretendem seguir marbelhizando Galiza também som responsáveis desta “lacra”, após a modificaçom legislativa da “Lei de Montes” aprovada em 2015 que permite a imediata requalificaçom dos terrenos queimados.
Umha política florestal-industrial curto-prazista iniciada com a expropriaçom dos montes comunais durante o franquismo, continuada na era Fraga, nom alterada polo bipartido e perpetuada por Feijó.
Um modelo ao serviço dos oligopólios da madeira triturada e a celulose (ENCE, TAFISA, FIMSA) que insiste na confusom interessada entre bosque e massa florestal. Pois enquanto o primeiro nom deixa de diminuir, a segunda nom deixa de aumentar em forma de monocultivos de espécies alótones (pinheiros e eucaliptos), que ocupam os agros onde esmorece a atividade agrícola.
Denunciamos o cinismo das forças da oposiçom institucional em culpabilizar exclusivamente o PP dos incêndios pois o governo bipartido PSOE-BNG [2005-2009] careceu da coragem política suficiente para alterar o modelo.
Agora Galiza considera que as soluçons a este grave problema ecológico e socioeconómico de caráter estrutural passam por umha nova política integral que recupere o rural, viabilizando-o económica e socialmente, que modifique radicalmente a política florestal imposta polo grande capital. Embora isto só é viável numha Pátria independente e socialista, sim é necessário fazer frente agora e aqui à destruiçom planificada do monte.
O País nom só continua sem meios terrestres e aéreos suficientes para paliar a açom dos incendiários, sem recursos profissionalizados para combater o fogo. Este ano os meios aéreos reduzirom-se!!
Os meios estám privatizados e portanto submetidos à lógica do mercado, transformando o que é um serviço público num negócio.
A improvisaçom, carência de recursos e meios, e sobretodo a continuaçom da estratégia das últimas três décadas dam como resultado a atual catástrofe.
Agora Galiza solicita responsabilidades diretas a Feijó e ao PP polo que está acontecendo com o noso património natural.
Apelamos ao povo trabalhador galego a estar alerta e denunciar de imediato aos pirómanos pois a movimentaçom social é fundamental para impedir que o terrorismo ambiental destrua o País e entregue umha Galiza arrasada às novas geraçons.
Direçom Nacional de Agora Galiza
Na Pátria, 10 de agosto de 2016