[Alex Agra] Sabemos que o poder político nada mais é do que o poder organizado de uma classe para a opressão de outra1. As Forças Armadas têm um papel fundamental na execução dessa violência porque é ela, em última instância, que faz valer o poder político que o Estado concentra em si. Quando a existência do Estado está ameaçada, isto é, quando sua condição de soberano é ameaçada, são as Forças Armadas que entram em ação (vide 18 de Brumário de Luís Bonaparte). No entanto, cotidianamente, o papel de executar o poder político fica a cargo, é claro, das polícias. São elas que cotidianamente reprimem tudo aquilo que pode ser considerado uma ofensa ao poder político. No entanto, ao contrário do que pensam os adeptos do politicismo, a ameaça à manutenção do poder político não reside em outra coisa senão na sociedade civil. Isso ocorre porque o Estado tem uma relação de dependência em relação à sociedade civil, uma determinação que classificamos, seguindo o caminho de Ivo Tonet2, como “uma dependência ontológica entre fundante e fundado”. Ora, Marx e Engels explicam isso com clareza n’A Ideologia Alemã:
A subnutrição crônica na África subsaariana afeta hoje ao redor de 224 milhões de pessoas, um aumento em comparação com as 200 milhões registradas entre 2015 e 2016, informou a FAO.
[J. R. P. Guimarães] O empobrecimento geral das condições de vida e trabalho da grande massa do povo brasileiro a partir da crise econômica iniciada no ano de 2014 atingiu em cheio a classe operária fabril. No biênio 2016-2017, marcado pelo Golpe de Estado reacionário e pelas leis coloniais, anti-povo e anti-operárias, houve uma verdadeira onda de acidentes de trabalho nas fábricas e empresas e, a despeito da crise e da consequente redução da produção nestas, o nível de exploração da classe operária aumentou, os grandes capitalistas compeliram os operários a trabalhar sob ritmos mais intensos mesmo num contexto de recessão econômica.
[Prabhat Patnaik, Tradução do Coletivo Vila Vudu] "Capitalismo neoliberal" é o termo usado para designar a fase do capitalismo na qual foram consideravelmente reduzidas as restrições aos fluxos globais de mercadorias e capital, inclusive o capital sob a forma de finança. Dado que essa remoção acontece por pressão do capital financeiro móvel global (ou internacional), o capitalismo neoliberal é caracterizado pela hegemonia do capital financeiro internacional, com o qual se integram os grandes capitais em determinados países, e o qual garante que um conjunto comum de políticas "neoliberais" passem a ser praticadas em todos os países em todo o planeta.
Um estudo publicado pelo banco UBS, com a participação da consultora PwC, estima a riqueza dos 1542 mais ricos (com património superior a mil milhões de dólares) em 6 biliões de dólares (5,2 biliões de euros) – o equivalente a mais do dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido ou 32 vezes a riqueza produzida em Portugal em 2016.
[John Steppling, Tradução do Coletivo Vila Vudu] --- … país no qual 87% dos cidadãos de 18-25 anos (segundo pesquisa National Geographic Society/Roper Poll de 2002) não conseguem encontrar Irã ou Iraque num mapa mundi, e 11% não conseguem localizar os EUA onde nasceram e vivem, não é só "intelectualmente preguiçoso". Mais acuradamente é país de imbecis, que podem ser enganados por qualquer um, para crer em qualquer coisa…" — Morris Berman ---
[Michael Hudson, The Vineyard of the Saker, Tradução do Coletivo Vila Vudu] Há um século, o socialismo parecia ser a onda do futuro. Havia várias escolas de socialismo, mas o ideal comum era garantir suporte às necessidades básicas e a propriedade do Estado, a sociedade livre de latifundiários, bankeiragem ["a Banca"] predatória e monopólios. No Ocidente essas esperanças estão hoje ainda muito mais distantes do que parecia em 1917. Terra e recursos naturais, monopólios básico da infraestrutura, assistência à saúde e aposentadorias foram cada dia mais privatizados e financializados.
[Wesley Fernando Rodrigues de Sousa*] Em que consiste a crise atual? Quais são suas determinantes? Essas e outras perguntas são sem dúvidas questões importantes para a compreensão e a dimensão da nossa crise global. O sistema do capital passa por sérios problemas, os quais se tornam insolúveis pelos imperativos que lhe são compulsórios.
Não chegam a ser nem os últimos da fila, são os do subsolo, os do esgoto, os das valas feitas a picareta e talhadeira, os que carregam em seus ombros o insulto e a insolência de uma sociedade indolente e hipócrita que os desonra.
[Ivonaldo Leite*] A longa crise política brasileira tem proporcionado oportunidades para se analisar e tirar ilações dos mais diversos aspectos políticos, econômicos e sociais. Do caráter oligárquico do capitalismo brasileiro aos equívocos do PT, do atraso mental do establishment nacional às asneiras repisadas com ar de sapiência por parvos, da indigência teórica de determinados “intelectuais” à falta de projetos da esquerda, da manipulação da grande imprensa à politização do judiciário, de tolices à ascensão de manifestações fascistas, da pequena e da grande corrupção à desfaçatez dos corruptos. De tudo vai-se tendo um pouco.
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