Os bairros no centro histórico de Alepo, classificado como Património da Humanidade pela UNESCO, estavam sob controlo de vários grupos armados terroristas desde 2012 e a sua libertação constitui uma importante vitória para o Exército sírio e seus aliados.
O controlo total da Cidade Velha foi confirmado por fontes militares sírias e também pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres e que se opõe ao governo de Bashar al-Assad. «Os militantes foram obrigados a bater em retirada com receio de ficarem cercados», face ao avanço do Exército sírio, refere o OSDH, citado pela PressTV.
Por seu lado, a Al-Manar dá conta dos intensos combates verificados nos últimos dias entre o Exército sírio e as forças terroristas, a que o Ocidente chama «rebeldes moderados», e da conquista de diversos bairros importantes, como Shaar, Turbet, Qadi Askar, Sheikh Lufti, Marjah, Bab al-Nairab e Al-Salehin.
Diversas fontes informam que «um elevado número de militantes se renderam» ao Exército sírio nas últimas 24 horas e que outros escaparam para zonas ainda sob controlo da Frente Al-Nusra, a sul do centro histórico, deixando para trás grandes quantidades de munições, armamento e outro equipamento militar.
Completamente cercados, os militantes takfiris apoiados pelas potências ocidentais e seus aliados regionais solicitaram ao Exército sírio uma trégua de cinco dias, por «razões humanitárias» e para poderem abandonar a zona de conflito. De acordo com a Al-Masdar News, pediram para ser transferidos para o Norte da província de Alepo, onde forças apoiadas pela Turquia lutam contra o Daesh e contra forças curdas.
Resolução travada por Rússia e China
Na segunda-feira, Espanha, Nova Zelândia e Egipto apresentaram ao Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas um projecto de resolução que propunha uma trégua de sete dias em Alepo. A iniciativa foi travada com os votos contra da Venezuela, da Rússia e da China – os dois últimos com direito de veto, por serem membros permanentes do CS.
Para a imprensa síria, a trégua visava permitir a reorganização dos terroristas e impedir a sua aniquilação total, numa fase de intenso acosso do Exército sírio. A este propósito, o representante permanente da Síria na ONU, Bashar Jaafari, lançou fortes acusações contra os EUA, o Reino Unido e a França, potências ocidentais com assento permanente no CS que qualificou como os «três mosqueteiros que defendem o terrorismo».
Israel ataca aeroporto militar em Damasco
A Força Aérea israelita atacou, hoje, a base aérea de Mezzeh (Sudoeste de Damasco), informa a Al Mayadeen, citando fontes militares. O ataque, que teve lugar esta madrugada, partiu do espaço aéreo libanês.
De acordo com a Al Mayadeen, ouviram-se fortes explosões durante meia hora após o ataque, que visou as infra-estruturas militares e foi confirmado pelo Ministério da Defesa sírio.
Desde o início da guerra, em 2011, as forças israelitas atacaram o território sírio múltiplas vezes, destruindo infra-estruturas militares e matando elementos destacados do Hezbollah, aliado do Governo de Bashar al-Assad no combate às forças terroristas que operam na Síria.