A ocorrência dos tsunamis gigantes deverá ter sido muito frequentes e ter-se prolongado ao longo de centenas de milhões de anos, mas o estudo, publicado nos Scientific Reports da revista Nature, centrou-se em dois que ocorreram com um intervalo de alguns milhões de anos.
O primeiro terá arrastado pedregulhos e detritos para terra, a dezenas ou talvez mesmo centenas de quilómetros da costa, enquanto o segundo aconteceu durante um período muito mais frio, atirando a grandes distâncias enormes blocos de gelo, quando as ondas congelavam em pleno ar.
Ondas que se poderão ter elevado até 120 metros
Alexis Rodriguez e a sua equipa localizaram o ponto de origem dos tsunamis em duas crateras, cada uma delas com 30 quilómetros de diâmetro.
As ondas gigantes terão tido em média cerca de 50 metros de altura, mas é provável que se tenham elevado a 120 metros, altura equivalente a um prédio de 30 andares, quando atingiram a costa e invadiram terra.
Cada uma delas submergiu áreas do tamanho de França e Alemanha juntas antes de recuarem para o primordial mar marciano.
Nenhuma outra explicação pode justificar as formações descobertas no terreno, sublinhou Alexis Rodriguez tendo acrescentado que “as formas dos depósitos que mapeámos são indicativos de fluxos ascendentes” com força suficiente para arrastar pedregulhos por centenas de quilómetros.
Este investigador disse ainda que além da Terra, o planeta Marte é o mais investigado planeta do Sistema Solar mas ninguém parece ter reparado nas provas da existência de vagas gigantes no Planeta Vermelho no passado.
“O que penso é que estávamos a tentar encontrar linhas costeiras em Marte como as que tipicamente vemos na Terra” sublinhou.
Refira-se ainda que o segundo tsunami pode fornecer mais pistas para investigação de sinais de vida no início da história de Marte.