Embora menos radioativo que o urânio em estado natural, esse isótopo também é capaz de causar uma série de problemas de saúde em humanos, afetando o sistema reprodutivo, o desenvolvimento do feto, abortos e deformações em bebês, além de câncer.
De acordo com a publicação, esses bombardeios norte-americanos ocorreram no final de 2015, em duas ocasiões, depois de Washington ter se comprometido a não utilizar esse tipo de substância química nos territórios iraquiano e sírio.
Em entrevista à Foreign Policy, o major Josh Jacques, porta-voz do Comando Central dos EUA (CENTCOM), confirmou esses ataques, explicando que, nos dias 16 e 22 de novembro daquele ano, fuzis de 30mm da Força Aérea dispararam projéteis contendo DU, destruindo cerca de 250 veículos em uma região desértica do leste da Síria. Não foi possível confirmar, no entanto, se havia áreas povoadas próximas ao local dos bombardeios.
Em 2003, o Exército dos EUA fez uso abundante de armamentos reforçados com urânio empobrecido durante a invasão do Iraque, provocando grande pavor entre os civis e indignação nos mais altos escalões do governo local.
Em um relatório divulgado pelas Nações Unidas em 2014, Bagdá expressou "profunda preocupação com os efeitos nocivos" desse material, solicitando que a ONU realizasse um estudo completo sobre as consequências do emprego militar do DU. Esse estudo ainda não foi concluído.