A afirmação de Trump de que destruirá Bachar al Assad suscitou alarme mundial.
Ocorre perguntar se a ameaça do presidente norte-americano a Moscovo foi mais uma bravata irresponsável de Trump ou se a sua política de confrontação com a Rússia conta com o apoio do Pentágono e dos poderosos interesses financeiros que o elegeram e dos quais é na realidade instrumento?
O agravamento da crise coincidiu com a visita a Moscovo do secretário de Estado dos EUA.
Não constava da agenda um encontro com Putin. Mas o presidente russo recebeu-o juntamente com o ministro dos Estrangeiros Sergei Lavrov com o qual Rex Tillerson mantivera uma reunião de quatro horas.
São escassas as notícias sobre o que foi dito nesse encontro, mas o secretário de Estado dos EUA matizou a posição assumida na véspera quando afirmara «os que não estão connosco, estão contra nós!». Putin, horas antes, advertiu numa entrevista a um canal de televisão que a Rússia não tolerará um novo bombardeamento da Síria e excluiu qualquer responsabilidade de Bachar al Assad na utilização de gases tóxicos no ataque a um hospital.
Simultaneamente, em Washington, o porta-voz da Casa Branca pediu desculpa da comparação que fizera na véspera entre Hitler e Bachar Al Assad.
Trump tem-se sentido encorajado pelo apoio de milhões de compatriotas e dos grandes media norte-americanos que estão empenhados numa histérica campanha contra Rússia.
O bombardeamento da base aérea síria não mereceu, porem, aprovação unanime. Manifestações de protesto saíram às ruas em Chicago, Boston, Detroit e outras grandes cidades.
O lançamento de misseis contra a Síria, independentemente da responsabilidade de Trump, confirma que os Estados Unidos são hoje uma sociedade traumatizada e decadente, hegemonizada por representantes do grande capital para os quais o dinheiro é um valor supremo, incompatível com os princípios e valores da democracia.
Os Editores de odiario.info