Numa conferência de imprensa, ontem, no Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, Mekdad revelou que as investigações do governo sírio, com apoio de organizações não-governamentais estrangeiras, concluíram que os agentes tóxicos encontrados em Alepo e Damasco foram fabricados por empresas do Reino Unido e dos EUA, de acordo com a PressTV, que cita a agência noticiosa SANA.
O governante sírio acrescentou ainda que foram detectados «materiais químicos de fabrico turco» na posse de forças terroristas na Síria. Mekdad acusou os EUA, o Reino Unido e os seus aliados de fornecerem «materiais tóxicos e armas de todo o tipo» aos grupos terroristas, em violação da Convenção sobre Armas Químicas.
As autoridades sírias querem que a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) investigue os EUA, o Reino Unido e a Turquia e lembra que convidou uma missão da OPAQ para investigar o ataque a Khan Shaykhoun (perto de Alepo), a 4 de Abril, e que a organização recusou.
A 7 de Abril, um navio norte-americano estacionado no Mediterrâneo disparou 59 mísseis sobre a base aérea de Shayrat, com o argumento que teriam partido daquela instalação os aviões da Força Aérea síria que conduziram o ataque químico.
Mekdad reafirmou que a República Árabe Síria não dispõe de quaisquer armas químicas, tendo o seu arsenal sido destruído em 2013, após um acordo que envolveu a Rússia e os EUA, sob supervisão da OPAQ.
Em reacção, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, considerou que o abastecimento de materiais químicos a grupos terroristas está «para lá do que alguém pode compreender», reporta a TASS.
«Agora podemos observar o seu compromisso com o direito internacional e o triunfo da democracia. Fornecer agentes químicos a terroristas e utilizar fotografias de crianças mortas como pretexto está para lá do que alguém pode compreender», afirmou Zakharova, em Moscovo.