Uma sepultura da era viking, localizada na cidade de Birka, Suécia, foi descoberta por volta de 1880. Dentro da sepultura constavam um esqueleto, uma espada, um machado, um escudo e dois cavalos, o que indicava que ali jazia alguém de alta patente devido aos elementos relacionados à um equipamento profissional.
De imediato, acreditou-se ser um esqueleto de um grande gueirreiro viking de alto escalão. Apesar de estudos em outras localidades terem encontrado mulheres guerreiras, nenhum dos achados, como os elementos enterrados junto aos corpos, indicava que eram grandes guerreiras e a conclusão imediata para o tumulo de Birka foi que: tratava-se de um homem.
Entretanto, apesar da história muitas vezes apagar as figuras femininas, sempre associando as mulheres aos papéis frágeis, dóceis e restritas ao ambiente familiar, mais uma vez as mulheres mostraram que também ocuparam grandes postos na história: os restos mortais do tal gueirreiro viking, identificado como BJ581, foi uma mulher.
Os ossos de mais de mil anos passaram por diversas análises e mais atualmente, novas análises mostraram que poderia se tratar de uma mulher. A pesquisadora Charlotte Hedenstierna-Jonson, da Universidade de Uppsala, confirmou esta informação. O novo estudo indica que era uma mulher viking, de alta patente, de aproximadamente 30 anos e 1,70 metros de altura.
Além disso, no túmulo de Birka foi encontrado um tabuleiro utilizado para planejar batalhas, mostrando que a guerreira viking era uma grande estrategista. Segundo Charlotte, a guerreira era uma oficial que também trabalhava com táticas e estratégias, podendo inclusive liderar tropas.
Essa descoberta mostra que há muitas figuras femininas na história capazes de serem grandes líderes e que devem ser relembradas, combatendo toda a concepção que nega o papel da mulher na sociedade e na história. Não devemos deixar que apaguem os grandes papéis que desempenharam as mulheres ao longo da história, assim como Dandara, que lutou contra a escravidão no Brasil, e Rosa Luxemburgo, uma revolucionária que morreu defendendo a emancipação das mulheres.
As milhares de trabalhadoras russas que fizeram a revolução de 1917 nunca devem ser esquecidas, pois mostraram que a luta contra o capitalismo é a única forma de criar não só igualdade de direitos (como creches, lavanderias públicas, direito ao aborto), mas concretizar uma possibilidade de igualdade perante a vida.