O protesto desta quinta-feira incluiu mais de 200 ações em todo o território nacional, com a participação de trabalhadores, aposentados e estudantes, mas também de grupos específicos como o sindicato da cultura e o das Companhias Republicanas de Segurança.
Neste corpo que faz parte da polícia nacional, mais de dois mil efetivos se ausentaram de seus postos e apresentaram justificativa por doença, o que equivale a 40 por cento dos que deviam trabalhar hoje.
Em declarações à Prensa Latina, o líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT) na região parisiense, Pascal Joly, considerou que 'estamos confrontando um presidente da República (Emmanuel Macron) que tem ambições de impulsionar um retrocesso em matéria de direitos trabalhistas como nunca antes se tinha tentado'.
De acordo com o chefe sindical, 'não é só um retrocesso social, como um grande retrocesso de civilização', pelo que muitos cidadãos estão se envolvendo no combate.
Joly explicou que o principal problema da reforma é pôr a lei trabalhista em um segundo plano e dar a prioridade aos acordos de empresa.
'Isso deixaria os trabalhadores muito vulneráveis frente aos padrões porque seria uma luta individual em cada empresa. Por isso precisamos a lei como o principal, com garantias coletivas que permitam aos empregados se defender frente ao patronato', considerou.
Frente ao regulamento promovido pelo governo, acrescentou, a CGT tem propostas alternativas para outro Código de Trabalho 'que seja favorável aos assalariados, porque o Código não deve servir aos capitalistas, mas proteger os empregados diante das arbitrariedades que reinam cada vez mais nas empresas'.
Às ações de hoje somaram-se numerosas figuras como o secretário geral da CGT, Philippe Martínez; o líder do movimento esquerdista França Insubmissa, Jean-Luc Melenchon; o chefe do Partido Comunista, Pierre Laurent, e o ex-candidato presidencial socialista, Benoit Hamon.
A primeira manifestação contra a reforma teve lugar a 12 de setembro com a participação de cerca de 500 mil pessoas, enquanto para a semana próxima prevê-se uma paralisação dos transportadores e para os primeiros dias de outubro uma greve de sindicatos do setor público.