Segundo o índice, que atualiza todos os dias seus dados, os 500 detentores das maiores fortunas do mundo acumulavam juntos US$ 5,3 trilhões quando o mercado fechou em 26 de dezembro deste ano, um aumento de 20,4% em relação à mesma data no ano passado, que era de US$ 4,4 trilhões.
O crescimento de 2017 é mais de quatro vezes o de 2016, segundo a Bloomberg, devido principalmente à valorização de ações no mercado financeiro.
Enquanto isso, a crise econômica é despejada nas costas dos trabalhadores, que têm cada vez menos direitos, maiores jornadas de trabalho, menores salários, trabalho precário, desemprego.
O maior crescimento se deu na Ásia — os 38 bilionários chineses somaram às suas fortunas US$ 177 bilhões em 2017, um aumento de 65% sobre suas riquezas.
Sabemos que esse enriquecimento se deu a partir da exploração dos trabalhadoreschineses. A partir dos conhecidos casos de trabalho escravo denunciados em mensagens secretas nos produtos vendidos, assim como a partir das jornadas de trabalho que chegam a 180 horas extra em um mês, e também do trabalho de crianças e adolescentes de 14 anos nas fábricas.
A China tem o maior índice de suicídio do mundo entre os jovens. Pessoas se matam nos locais de trabalho, além das centenas de operários que já ameaçaram suicídio coletivo como forma de luta por melhorias nos salários e condições de trabalho.
Os bilionários do setor de tecnologia foram os que mais acumularam ganhos, seguidos da indústria, do consumo e do meio imobiliário.
Quem mais enriqueceu individualmente foi Jeff Bezos, com um aumento de US$ 34,2 bilhões.
Em outubro, o fundador da Amazon ultrapassou Bill Gates no posto de homem mais rico do mundo. Ele detém US$ 99,6 bilhões hoje, ainda segundo a Bloomberg.
Uma novidade em 2017 foi a presença de bilionários de bitcoin no índice, como os gêmeos Tyler e Cameron Winkelvoss, conhecidos por um processo contra o Facebook.
Esta é uma prova irrefutável de que a crise está sendo paga pelos trabalhadores, enquanto se torna oportunidade para enriquecer ainda mais aos grandes capitalistas. A desigualdade social gerada pela crise capitalista e pelo aumento da carestia de vida da população ao redor do mundo contrasta à crescente fortuna de algumas poucas pessoas.
Para reverter essa situação, é necessária a organização de uma alternativa política que seja de fato dos trabalhadores e de todos os explorados e oprimidos por esse sistema, independente de empresários, bilionários ou alternativas políticas de “banqueiros”, que se enfrente com os privilégios dos capitalistas, que lute contra a desigualdade inerente a esse modo de produção, batalhe pela taxação das grandes fortunas, combata o desemprego por meio da redução da jornada de trabalho sem redução dos salários. Somente um programa anticapitalista e revolucionário pode atender efetivamente à demanda da grande maioria da população mundial e colocar abaixo esse sistema de miséria.