De acordo com os detalhes divulgados, os trabalhadores da Sociedade Nacional de Ferrovias (SNCF) estão convocados a se mobilizar nas ruas para aumentar a pressão sobre o governo, pouco antes do encontro previsto para 7 de maio entre os sindicatos e o primeiro-ministro, Edouard Philippe, para abordar o diferendo.
A jornada de manifestações coincide com o décimo terceiro dia de greve nos serviços, motivo pelo qual a SNCF deve realizar um reajuste da programação.
Em consequência, só circularão a metade dos trens de alta velocidade e dos trens da região parisiense, bem como dois em cada cinco trens regionais e um em cada três que circulam pela cidade.
Quanto ao tráfego internacional, terá três conexões em cada cinco, o que implica impactos nas viagens para Bélgica, Países Baixos, Suíça, Espanha, Alemanha e Itália. A paralisação inscreve-se na convocação dos sindicatos da SNCF a realizar greve dois dias de cada cinco, de 3 de abril até finais de junho, o que significa 36 jornadas de alterações no tráfego.
Até o momento, cumpriram-se 12 jornadas com um forte impacto nos serviços, em um país onde a cada dia 4,5 milhões de pessoas costumam usar esse meio de transporte.
Por parte do governo, o primeiro-ministro francês Edouard Philippe reafirmou há poucos dias que não está disposto a ceder nos principais pontos da reforma ferroviária, apesar dos reclames dos trabalhadores. Em entrevista à emissora Europe 1, o governante sustentou que estão fora de discussão os três aspectos essenciais: a abertura à concorrência do setor ferroviário, a reorganização da SNCF, e o fim do status de trabalhador ferroviário, que até agora garantia aos empregados determinadas vantagens salariais e sociais.
A declaração lança dúvidas sobre a efetividade dos diálogos previstos entre Philippe e os sindicatos, pois essas três questões são precisamente as mais rechaçadas pela agremiação.